No panorama jornalístico nacional, o "Diário da Zambézia" (versões digital e física), editado em Quelimane, é, em meu entender, um exemplo de arrojo e de verticalidade. Em meios fora do néon e do cosmopolitismo de Maputo é difícil ser arrojado, tão tentaculares são os caciquismos e os determinismos locais. Mas o proprietário do jornal, António Zefanias, consegue, com a sua pequena equipa, manter-se equidistante e lá onde tiver de contar, conta e faz contar, melindroso que seja o tema, arriscado que seja o passo, vários que sejam os erros no percurso cognitivo, difícieis que sejam as condições materiais de sobrevivência profissional. Cumpre, de forma exemplar, uma função patrótica e cidadã: fazer da busca de verdade e do caminho da nação um plebiscito de cada dia, recusando o pão da mentira à Horace Mccoy. O DZ, como lhe chamo, faz, afinal, jus a uma realidade histórica: foi na Zambézia em geral e em Quelimane em particular, onde, verdadeiramente, pequena mas crítica, surgiu a imprensa em Moçambique.
2015
1881
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