Outros elos pessoais

14 maio 2015

Cinco condições de paz política em Moçambique (16)

"Em 1970, quando os três astronautas da Apollo 13 estavam tentando descobrir como levar sua nave danificada de volta para a terra, eles estavam envolvidos em um jogo claramente de soma não zero, porque o resultado seria igualmente bom para todos eles ou ruim para todos eles." [aqui]
Décimo sexto número da série. Permaneço no terceiro ponto do sumário proposto aqui, a saber: 3. Cinco condições de paz política em Moçambique, finalizando o último subponto da série, a saber: 3.5. Luta por uma justiça mais horizontal nas relações internacionais. Sugeri no número anterior uma verdade à La Palice: quanto mais fraco for um país, mais atreito ele é às convulsões políticas e à dependência externa. E recordei que, há dias, de forma emblemática, o nosso ministro das Finanças disse o seguinte: "Enquanto estivermos vivos vamos ter que pedir dinheiro emprestado". Ora, parece ser sensato admitir que um país é tão mais forte quão mais possui internamente as condições para a reprodução da sua autonomia, combinando matérias-primas e indústria pesada. A ausência dessa base fragiliza a paz política, favorece as pressões económicas e políticas externas e dificulta a distribuição interna dos recursos de poder e prestígio. O nosso país deve, absolutamente, evitar habituar-se a caminhar pela vereda fatalista indicada pelo ministro das Finanças. Uma das possibilidades consiste em repensar o modelo de produção e redistribuição da riqueza social. É nesse sentido que vale sempre a pena ter em conta a bola de Mbonimpa, referida no número 2 desta série, aqui.

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