Moçambicanos
E.: "(...) existem muitos estrangeiros, por exemplo temos aqui Burundeses, Somalianos, Zimbabweanos, Sul-Africanos, etc., todos negociantes. Eles para além de desenvolverem o negócio normal, também desenvolvem negócio sujo, são traficantes de drogas. Eu não posso apresentar uma prova palpável, mas toda a gente sabe que trazem drogas no nosso país; não são todos, mas alguns. (...) Eles não empregam Moçambicanos e trabalham entre eles, Moçambicanos servem como carregadores de sacos. (...) como é que eles conseguiram dinheiro que investiram no negócio se são refugiados? (...) Burundeses são grandes feiticeiros em negócios e até utilizam gatos nos balcões deles de venda."
Entrevistador: Tá bom, agora que nomes ou expressões eles usam quando se referem aos Moçambicanos?
Resposta de E.: Eles normalmente chamam-nos Moçambicanos ou amigos, não diferenciam se manhambane, machangane ou xingondo, costumam dizer amigo, amigo…
Entrevistador: E nós, Moçambicanos? Que nomes ou expressões usamos?
Resposta de E: Nós lhes chamamos Burundeses, Nigerianos, nunca conhecemos os nomes deles, eles falam na língua deles, não percebemos nada do que dizem, o segredo deles é esse, não dizem os nomes, têm medo, você vai ali ter com eles nunca te dizem o nome, apenas conhecemos aquele que regista a barraca, o resto não sabemos, são Burundeses, chamamos assim."
A pior das fobias é aquela que a nossa própria casa, nação e, portanto, Mãe nos incute através da exclusão, do desemprego e das guerras civis sem razão de ser. Quando " voluntariamente", pagando passagem morrem quase mil pessoas no Mediterrâneo em demanda de um pouco de oxigênio para viver, o problema não está na União Européia, está, talvez, na inexistência da União Africana. O problema talvez não seja a pobreza mas a falência do projecto de independência dos territórios africanos.
ResponderEliminarPS: Se os navios negreiros do século XXI ,por insegurança, se afundam com milhares de almas que pagaram a sua passagem, imagine-se de quantos africanos não se alimentou a fauna marinha do Atlântico no tempo da escravatura onde os meus iguais eram mera mercadoria e as regras de navegação marítima se resumiam ao compasso.