"O facto científico é conquistado, construído e verificado" [Gaston Bachelard]
Décimo número da série. Permaneço no terceiro ponto do sumário proposto aqui, a saber: 3. Consequências, ainda no subponto 3.2. Produção criminógena de medo. Propus no número anterior duas linhas de reflexão: uma de longa temporalidade, outra de curta temporalidade. A longa temporalidade diz respeito às guerras, às perseguições políticas, às mortes, aos ferimentos, à tortura e ao imenso e múltiplo sofrimento físico e moral de milhares de pessoas que, por etapas sucessivas, atravessam e marcam a história criminógena de Moçambique desde a fase activa do comércio de escravos [XVIII/XIX]. Pode suceder que a recordação de tudo isso sofra um eclipse físico sempre que morre quem sofreu, quem soube e quem comunicou, mas o legado geracional - com o seu peso de angústia e medo - parece não desfalecer, subindo sempre cada degrau do futuro. Ainda que escritas num outro contexto, recordo algumas das mais extraordinárias palavras escritas na história analítica da humanidade por Karl Marx: "Os homens fazem a sua própria história, mas não a fazem arbitrariamente, nas condições por eles escolhidas, mas nas condições directamente dadas e herdadas do passado. No cérebro dos vivos pesa com força a tradição de todas as gerações mortas." [Le 18 Brummaire de Louis Bonaparte. Paris: Éditions Sociales, 1969, p.15]. Se não se importam, prossigo mais tarde.
Décimo número da série. Permaneço no terceiro ponto do sumário proposto aqui, a saber: 3. Consequências, ainda no subponto 3.2. Produção criminógena de medo. Propus no número anterior duas linhas de reflexão: uma de longa temporalidade, outra de curta temporalidade. A longa temporalidade diz respeito às guerras, às perseguições políticas, às mortes, aos ferimentos, à tortura e ao imenso e múltiplo sofrimento físico e moral de milhares de pessoas que, por etapas sucessivas, atravessam e marcam a história criminógena de Moçambique desde a fase activa do comércio de escravos [XVIII/XIX]. Pode suceder que a recordação de tudo isso sofra um eclipse físico sempre que morre quem sofreu, quem soube e quem comunicou, mas o legado geracional - com o seu peso de angústia e medo - parece não desfalecer, subindo sempre cada degrau do futuro. Ainda que escritas num outro contexto, recordo algumas das mais extraordinárias palavras escritas na história analítica da humanidade por Karl Marx: "Os homens fazem a sua própria história, mas não a fazem arbitrariamente, nas condições por eles escolhidas, mas nas condições directamente dadas e herdadas do passado. No cérebro dos vivos pesa com força a tradição de todas as gerações mortas." [Le 18 Brummaire de Louis Bonaparte. Paris: Éditions Sociales, 1969, p.15]. Se não se importam, prossigo mais tarde.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Seja bem-vinda (o) ao blogue "Diário de um sociólogo"! Por favor, sugira outras maneiras de analisar os fenómenos, corrija, dê pistas, indique portais, fontes, autores, etc. Não ofenda, não insulte, não ameace, não seja obsceno, não seja grosseiro, não seja arrogante, abdique dos ataques pessoais, de atentados ao bom nome, do diz-que-diz, de acusações não provadas e de generalizações abusivas, evite a propaganda, a frivolidade e a linguagem panfletária, não se desdobre em pseudónimos, no anonimato protector e provocador, não se apoie nos "perfis indisponíveis", nas perguntas mal-intencionadas, procure absolutamente identificar-se. Recuse o "ouvi dizer que..." ou "consta-me que..."Não serão tolerados comentários do tipo "A roubou o município", "B é corrupto", "O partido A está cheio de malandros", "Esta gente só sabe roubar". Serão rejeitados comentários e textos racistas, sexistas, xenófobos, etnicistas, homófobos e de intolerância religiosa. Será absolutamente recusado todo o tipo de apelos à violência. Quem quiser respostas a comentários ou quem quiser um esclarecimento, deve identificar-se plenamente, caso contrário não responderei nem esclarecerei. Fixe as regras do jogo: se você é livre de escrever o que quiser e quando quiser, eu sou livre de recusar a publicação; e se o comentário for publicado, não significa que estou de acordo com ele. Se estiver insatisfeito, boa ideia é você criar o seu blogue. Democraticamente: muito obrigado pela compreensão.