Quinto número da série. Prossigo com as hipóteses. A makondização de Filipe Nyusi - ensaiada já com alguma frequência aqui e acolá, por Moçambicanos e estrangeiros - mais não é do que uma tentativa para dar brilho a uma das divisões da chamada identidade africana: a etnia (palavra menos severa do que a antiga tribo). Esta divisão identitária surge como auto-explicando-se, como evidente, como total, como natural, como pura substância que dispensa questionamento. Ou, para usar uma bela expressão de Achile Mbembe, como "celebração da autoctonia". Se não se importam, prossigo mais tarde.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
Outros elos pessoais
20 fevereiro 2015
Política e Capital não têm "tribo" (5)
Quinto número da série. Prossigo com as hipóteses. A makondização de Filipe Nyusi - ensaiada já com alguma frequência aqui e acolá, por Moçambicanos e estrangeiros - mais não é do que uma tentativa para dar brilho a uma das divisões da chamada identidade africana: a etnia (palavra menos severa do que a antiga tribo). Esta divisão identitária surge como auto-explicando-se, como evidente, como total, como natural, como pura substância que dispensa questionamento. Ou, para usar uma bela expressão de Achile Mbembe, como "celebração da autoctonia". Se não se importam, prossigo mais tarde.
1 comentário:
Seja bem-vinda (o) ao blogue "Diário de um sociólogo"! Por favor, sugira outras maneiras de analisar os fenómenos, corrija, dê pistas, indique portais, fontes, autores, etc. Não ofenda, não insulte, não ameace, não seja obsceno, não seja grosseiro, não seja arrogante, abdique dos ataques pessoais, de atentados ao bom nome, do diz-que-diz, de acusações não provadas e de generalizações abusivas, evite a propaganda, a frivolidade e a linguagem panfletária, não se desdobre em pseudónimos, no anonimato protector e provocador, não se apoie nos "perfis indisponíveis", nas perguntas mal-intencionadas, procure absolutamente identificar-se. Recuse o "ouvi dizer que..." ou "consta-me que..."Não serão tolerados comentários do tipo "A roubou o município", "B é corrupto", "O partido A está cheio de malandros", "Esta gente só sabe roubar". Serão rejeitados comentários e textos racistas, sexistas, xenófobos, etnicistas, homófobos e de intolerância religiosa. Será absolutamente recusado todo o tipo de apelos à violência. Quem quiser respostas a comentários ou quem quiser um esclarecimento, deve identificar-se plenamente, caso contrário não responderei nem esclarecerei. Fixe as regras do jogo: se você é livre de escrever o que quiser e quando quiser, eu sou livre de recusar a publicação; e se o comentário for publicado, não significa que estou de acordo com ele. Se estiver insatisfeito, boa ideia é você criar o seu blogue. Democraticamente: muito obrigado pela compreensão.
E é sobre pilares autóctones que decidimos resgatar o discurso colonial de um " Portugal uno e indivisível " vomitado até a agonia dos últimos estertores. O desespero mostra-se com ímpetos característicos.
ResponderEliminarAcho perfeito que Dhakhama continue a falar com o povo para provar que o povo não lhe quer mal.