Sexto número da série. Os ventos dos hábitos e dos fixismos epistemológicos continuam a soprar forte neste presente, vindos do passado recorrente, ampliados por circunstâncias actuais. Não poucos de nós, mesmo com verniz académico, sem pestanejar, sustentamos nos mais variados fóruns que - por exemplo - o norte do país é matrilinear e o sul, patrilinear. As entidades étnicas têm cada vez mais força e naturalidade. As pessoas são aí colocadas de forma definitiva, irremediável. Uma das mais admiráveis qualidades de muitos dos seres humanos é, sem dúvida, a de acharem que socialmente as coisas não mudam porque - admirável veneração proverbial - são como são. Descolonizar e historicizar a vida são duas tarefas difíceis.
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