Estupros e assassinatos de mulheres na Índia levaram o grupo "YesNoMaybe" a fazer uma experiência em Nova Délhi destinada a estudar as reacções das pessoas ante o estupro. A conclusão é abusiva, pois nada no vídeo revela a indiferença generalizada apontada no título da primeira imagem abaixo.
"Estamos na rota certa", "As pessoas estão satisfeitas", "As populações disseram que querem um tractor", "Estamos a vencer as dificuldades", "São orientações do partido", "Os europeus", "Os africanos", "O povo confia em nós", "Vídeo mostra falta de reação dos indianos diante de estupro em Nova Délhi" - eis alguns problemas generalizantes do que Georg Simmel chamou, um dia, "unidade psicológica de grupo". Em que consiste essa unidade? Consiste na produção de uma totalidade unitária da qual são eliminadas as diferenças entre os indivíduos. Eis os problemas que Simmel levantou: é a unidade de grupo construída a partir de processos psíquicos dos dirigentes? A partir de um tipo médio? A partir da maioria dos membros do grupo? A partir de que efectivo os desviantes seguros ou prováveis podem ser tomados como quantidade negligenciável? Em que medida o carácter mais ou menos rigoroso da "interdependência funcional" (sic) ligando os membros do grupo autoriza ou interdita tratar a informação lacunar de que dispomos como caução da unidade psíquica do conjunto? O que chamo problema de Simmel permite, creio, interessantes exercícios analíticos, a começar logo pelos políticos.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Seja bem-vinda (o) ao blogue "Diário de um sociólogo"! Por favor, sugira outras maneiras de analisar os fenómenos, corrija, dê pistas, indique portais, fontes, autores, etc. Não ofenda, não insulte, não ameace, não seja obsceno, não seja grosseiro, não seja arrogante, abdique dos ataques pessoais, de atentados ao bom nome, do diz-que-diz, de acusações não provadas e de generalizações abusivas, evite a propaganda, a frivolidade e a linguagem panfletária, não se desdobre em pseudónimos, no anonimato protector e provocador, não se apoie nos "perfis indisponíveis", nas perguntas mal-intencionadas, procure absolutamente identificar-se. Recuse o "ouvi dizer que..." ou "consta-me que..."Não serão tolerados comentários do tipo "A roubou o município", "B é corrupto", "O partido A está cheio de malandros", "Esta gente só sabe roubar". Serão rejeitados comentários e textos racistas, sexistas, xenófobos, etnicistas, homófobos e de intolerância religiosa. Será absolutamente recusado todo o tipo de apelos à violência. Quem quiser respostas a comentários ou quem quiser um esclarecimento, deve identificar-se plenamente, caso contrário não responderei nem esclarecerei. Fixe as regras do jogo: se você é livre de escrever o que quiser e quando quiser, eu sou livre de recusar a publicação; e se o comentário for publicado, não significa que estou de acordo com ele. Se estiver insatisfeito, boa ideia é você criar o seu blogue. Democraticamente: muito obrigado pela compreensão.