Outros elos pessoais

06 abril 2014

CNCD e Pérola Jaime

Com "Mulhavasse" (mulher invisível), a Companhia Nacionald de Canto e Dança abriu na sexta-feira, no cine-teatro África, cidade de Maputo, às 18:30, a temporada artística deste ano, em trabalho da coreógrafa e bailarina Pérola Jaime (na imagem).
Em cerca de uma hora e treze minutos, a história gravita em torno de Mulhavasse, uma jovem que começa por ser sexualmente explorada no campo para terminar o seu trajecto na cidade, cega, sem o filho nascido de mais uma noite de relação sexual forçada, apelando veementemente à visibilidade da sua vida e ao respeito público.
Mas Mulhavasse não é apenas um objecto sexual nas mãos de um pedófilo, de um polícia ou de um idoso que usa um cão como substituto na cópula. É, também, um objecto de intensa exploração laboral.
Com excelente acompanhamento orquestral, a peça é uma criação brilhante de Pérola, de grande intensidade dramática, com clímaxes frequentes, servida por uma plêiade de dançarinos excepcionais.
A sequência que relata a forma como Mulhavasse é laboralmente explorada como empregada doméstica representa um dos momentos mais bem conseguidos da peça, com a desmesura traduzida no emprego simultâneo de duas vassouras e de uma cesta.
Parabéns à CNCD, à Pérola Jaime e à dançarina (simplesmente sensacional) que faz de Mulhavasse.

1 comentário:

  1. Eu viu o "Khapula mulher", mulheres são sempre o tema da Pérola. Um grande trabalho.

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