Se estiverdes atentos ao que se escreve na nossa imprensa, nos blogues e nas redes sociais digitais, dareis facilmente conta da promiscuidade permanente entre os dois tipos de juízo, mesmo a nível académico.
Um exemplo político: "o partido A quer atingir o poder" é um juízo de facto - mesmo se sujeito a comprovação; mas a preposição "é uma aberração o partido A querer atingir o poder" é um juízo de valor. No mercado das ideias, o segundo tipo de juízo faz questão de ostentar os galões do primeiro.
Como escreveu um dia Charles Peirce, mais do que verdades científicas procuramos crenças que tomamos por verdadeiras. Faltou-lhe acrescentar: especialmente a nível político.
Um lindo texto bem na tradição do "fungulamasso".
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