Décimo sexto número da série. Entro no terceiro ponto do sumário proposto aqui. 3. Dois perfis de candidatos a edis. Podemos considerar dois tipos de candidatos eleitorais: o candidato-aspirina e o candidato-antibiótico. O que é um candidato-aspirina? Um candidato-aspirina é aquele que não tem qualquer intenção de alterar o coração e as regras de funcionamento de um país ou de uma cidade, propondo, apenas, medidas destinadas a remendar ou a melhorar o que já existe, aspirinas para suavizar a febre social, acalmar pequenas dores. Quanto mais aspirínica for a alma, mais o seu candidato socorrer-se-á de lemas pomposos do género "Comigo o país será outro"; quanto mais dependente de um partido, menos inovador será. O que é um candidato-antibiótico? Um candidato-antibiótico é aquele cuja intenção primordial é a de alterar o coração e as regras de funcionamento de um país ou de uma cidade no sentido genuíno de melhorar a condição social dos seus habitantes, especialmente dos mais carenciados, o que significa também melhorar o meio-ambiente. Em lugar de ser pensado, o candidato-antibiótico pensa; em lugar de ser o peão vegetativo de um partido, é uma mais-valia pensante para esse partido; em lugar de favorecer colegas, amigos, companheiros de jornada e parentes, favorece os que não têm quem os favoreça e defenda; em lugar de ser a voz dos poderosos, torna-se a voz dos deserdados e esquecidos. Uma pergunta: houve candidatos dos dois tipos nas eleições? Se não se importam, prossigo mais tarde.
(continua)
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