Outros elos pessoais

22 fevereiro 2014

Kalau, armas da Renamo e oratória radiofónica

Citado pela "Rádio Moçambique" no jornal da noite das 19:30, o comandante-geral da polícia, Jorge Kalau, afirmou, muito emotivo, que a Renamo anda a transportar armas do centro para o sul do país através de viaturas, armas disfarçadas em sacos de comida e carvão. Esta notícia foi dada após a rádio escutar palavras açucaradas dos representantes dos partidos FRELIMO, RENAMO e MDM sobre o acordo hoje alcançado na Assembleia da República em duas decisões atinentes à composição dos órgãos eleitorais, o que, segundo eles, traduz a vontade do povo moçambicano em ter paz.
Comentário: é sempre interessante ouvir, em certas ocasiões, representantes de partidos políticos dissertar sobre a paz, é como se estivessemos a vê-los com treino prévio diante de um espelho (hipótese: há quem ame ouvir-se). Nestas ocasiões, ninguém vai recorrer ao problema da "instrumentalização da paz" levantado pelo "O País", aqui. E, parece, também nesta fase, que nenhum porta-voz, excelso cultivador de oratória radiofónica, está disposto a falar sobre a prevista paz no decorrer das eleições (e, em particular, no decorrer do anúncio dos resultados), agendadas para Outubro, para as quais parecem ter sido jogadas para o caixote do lixo a profissionalização dos órgãos eleitorais e a contenção nos gastos públicos.
Adenda às 20:03: sugiro participe neste questionário aqui.
Adenda 2 às 20:08: ninguém arrisca, à Maquiavel, falar ou escrever sobre estratégias e tácticas políticas, sobre a "realidade real" da vida política que vai para além dos discursos de líderes que sabem usar o açúcar comunicacional e das análises de grandiosos analistas ditirâmbicos.
Adenda 3 às 06:23 de 23/02/2014: sobre a alteração do pacote eleitoral, confira o portal da "Rádio Moçambique", aqui.

1 comentário:

Seja bem-vinda (o) ao blogue "Diário de um sociólogo"! Por favor, sugira outras maneiras de analisar os fenómenos, corrija, dê pistas, indique portais, fontes, autores, etc. Não ofenda, não insulte, não ameace, não seja obsceno, não seja grosseiro, não seja arrogante, abdique dos ataques pessoais, de atentados ao bom nome, do diz-que-diz, de acusações não provadas e de generalizações abusivas, evite a propaganda, a frivolidade e a linguagem panfletária, não se desdobre em pseudónimos, no anonimato protector e provocador, não se apoie nos "perfis indisponíveis", nas perguntas mal-intencionadas, procure absolutamente identificar-se. Recuse o "ouvi dizer que..." ou "consta-me que..."Não serão tolerados comentários do tipo "A roubou o município", "B é corrupto", "O partido A está cheio de malandros", "Esta gente só sabe roubar". Serão rejeitados comentários e textos racistas, sexistas, xenófobos, etnicistas, homófobos e de intolerância religiosa. Será absolutamente recusado todo o tipo de apelos à violência. Quem quiser respostas a comentários ou quem quiser um esclarecimento, deve identificar-se plenamente, caso contrário não responderei nem esclarecerei. Fixe as regras do jogo: se você é livre de escrever o que quiser e quando quiser, eu sou livre de recusar a publicação; e se o comentário for publicado, não significa que estou de acordo com ele. Se estiver insatisfeito, boa ideia é você criar o seu blogue. Democraticamente: muito obrigado pela compreensão.