Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
Outros elos pessoais
22 janeiro 2014
"Moçambique: uma bomba prestes a explodir?"
3 comentários:
Seja bem-vinda (o) ao blogue "Diário de um sociólogo"! Por favor, sugira outras maneiras de analisar os fenómenos, corrija, dê pistas, indique portais, fontes, autores, etc. Não ofenda, não insulte, não ameace, não seja obsceno, não seja grosseiro, não seja arrogante, abdique dos ataques pessoais, de atentados ao bom nome, do diz-que-diz, de acusações não provadas e de generalizações abusivas, evite a propaganda, a frivolidade e a linguagem panfletária, não se desdobre em pseudónimos, no anonimato protector e provocador, não se apoie nos "perfis indisponíveis", nas perguntas mal-intencionadas, procure absolutamente identificar-se. Recuse o "ouvi dizer que..." ou "consta-me que..."Não serão tolerados comentários do tipo "A roubou o município", "B é corrupto", "O partido A está cheio de malandros", "Esta gente só sabe roubar". Serão rejeitados comentários e textos racistas, sexistas, xenófobos, etnicistas, homófobos e de intolerância religiosa. Será absolutamente recusado todo o tipo de apelos à violência. Quem quiser respostas a comentários ou quem quiser um esclarecimento, deve identificar-se plenamente, caso contrário não responderei nem esclarecerei. Fixe as regras do jogo: se você é livre de escrever o que quiser e quando quiser, eu sou livre de recusar a publicação; e se o comentário for publicado, não significa que estou de acordo com ele. Se estiver insatisfeito, boa ideia é você criar o seu blogue. Democraticamente: muito obrigado pela compreensão.
Não parece que a intenção da Renamo seja derrubar o governo mas apenas fazer lembrar que existe, que representa uma parte deste povo cuja maioria sofre as sevícias da pobreza.
ResponderEliminarO fim pode ser igual ao de Angola-muito provavelmente depois da época das chuvas- mas o resultado aqui não será igual ao de Angola.
Matar Dhakhama martirizá-lo-á.
Respeito as achegas de Mhango, mas não concordo inteiramente. Há teorias que podem fazer bons diagnósticos da doença, mas não significam a sua cura, tal é o pensamento deste tanzaniano.
ResponderEliminarEstamos perante contextos históricos totalmente diferentes. O caso de Angola tinha arrebentado até às costuras. Savimbe não leu e nem sequer percebeu os sinais do tempo. Estava obcecado pelo poder a ponto de reduzir à miudeza tudo o resto. Já não tinha o apoio dos interesses dominantes que preferiram "matar a abelha maldita" e aliar-se a uma « ditadura lite » de José Eduardo dos Santos para, em primeiro lugar, fumar fumar o cachimbo da paz, e, em segundo, ter acesso à colmeia de forma moderna: o neocolonialismo.
A nível interno da UNITA, foram fechadas todas as "comportas" da lógica por parte da sua liderança, que até então era uma figura carismática, porque a ambição pelo poder tinha atingido às veias e à medula óssea. Jonas Savimbe não poupou esforços para afastar e derrubar os seus críticos e seguidores. Também é preciso não esquecer o mais importante em Relações Internacionais, NENHUM SISTEMA POLÍTICO É ELÁSTICO, HÁ LIMITES.
É importante também não esquecer que os ideais de Savimbe estavam a perder actualidade, eram erráticos, na medida em que recusava todos os acordos que não o levassem ao poder, daí que serve a frase os sistemas políticos são como tsunamis, a medida que a onda se estende vai perdendo força e não chega sequer no tamanho do tornozelo.
A UNITA tinha riqueza que bastasse para declarar uma segunda república, diferentemente da Renamo que não a tem, por isso chora por mamar.
A UNITA foi vítima da obsessão do seu líder pelo poder, o que não acontece com Dhlakama, que mais não quer do que a divisão das pepitas do ouro e jazidas de petróleo.
Não há nenhum estudo apresentado, porém, é inegável, a avaliar pelo senso comum, que a popularidade e a imagem do Presidente da República está chamuscada.
Nunca antes a Frelimo esteve na corda bamba como agora. As pessoas perderam medo e já nem respeitam os dirigentes.
Há clivagens internas que já não são do fórum interno. Os compadres e comadres estão de costas viradas. Pior, já não há ideologia. Antes a Frelimo era o guia, a bússola e a alavanca, hoje, segundo se ouve, é coveiro dos sonhos, da esperança, das paixões do povo.
Uma verdade : já ninguém chama bandido a Dhlakama. Ninguém o chama de assassino. Hoje em dia, ao contrário do que acontecia durante a guerra dos 16 anos, as investidas da Renamo são aplaudidas e o povo, em lugar de acusar a Renamo, imputa às culpas na actual liderança da Frelimo.
Isto dispensa dois dedos de testa: há qualquer coisa que não está bem.
As manifestações, o caudal que não pára de subir dos raptos e sequestros, a corrupção que apanhou boleia do ascensor da partidarização do Estado, enfim, a doença da pigmentação da cor continuam a penalizar a Frelimo.
Quem disse que os países que nos cercam são verdadeiramente nossos amigos? A experiência de vida prova-me que não. Não conheço uma "floresta" animal que não seja também cercada de abutres.
Zicomo
O homem exagera mas algumas vezes os exageros podem levar à porta certa.
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