Quadragésimo primeiro e penúltimo número da série, com o objectivo de mostrar que à retaguarda do assassinato de um taxista moçambicano existem uma história, um sistema e um processo de estereotipagem, o que os ingénuos e os incautos frequentemente esquecem. O décimo primeiro e penúltimo ponto do sumário proposto aqui, a saber: 11. Fractura da síndrome de Godelier e risco de retaliação. O antropólogo francês Maurice Godelier escreveu um dia o seguinte: "A força determinante não é a violência dos dominantes, mas o consentimento dos dominados à dominação" (Godelier, Maurice, Les processus de formation de l'État, in Kazancigil, Ali (dir), L'État au Pluriel, Perspectives de Sociologie Historique. Paris: Economica, UNESCO, 1985, pp.21-22). Pode acontecer que, um dia, os dominados se tornem a força determinante, que quebrem o que chamarei "síndrome de Godelier", que a quebrem retaliando contra a injustiça e a arrogância. Seja na África do Sul, seja em países como o nosso, onde - já é longo o tempo - os trabalhadores migrantes são aos milhares. Permitam-me continuar mais tarde.
Adenda 2 às 7:34 de 05/03/2013: ouvidos ontem pela estação televisiva STV, camionistas moçambicanos que escalam a África do Sul queixaram-se de constantes maus tratos por parte da polícia sul-africana. Eles não gostam dos Moçambicanos - eis o resumo das intervenções.
Adenda 3 às 00:54 de 11/03/2013: este acontecimento trágico é propício não só ao sensacionalismo baixo-preço de certa imprensa, das redes sociais e dos blogues do copia/cola, como, também - estudem as televisões locais -, aos jogos políticos em geral e a certos jogos eleitoralistas em particular.
Adenda 4 às 00:51 de 22/03/2013: um trabalho no Sowetan (obrigado ao FL pelo envio da referência), com o título abaixo:
Alto pensamento do Godelier.
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