Trigésimo oitavo número da série, com o objectivo de mostrar que à retaguarda do assassinato de um taxista moçambicano existem uma história, um sistema e um processo de estereotipagem. Termino o nono número do sumário proposto aqui, a saber: 9. A teoria do aguilhão. No número anterior, dei-vos conta da teoria da impulsão e do aguilhão de Elias Canneti. O que pretendi mostrar? Pretendi e pretendo mostrar que o apartheid não é um fenómeno que tivesse terminado no dia em que formalmente se pensou que terminou. Os sistemas não terminam rapidamente, podem levar muito tempo a desaparecer, podem subsistir por muito tempo. O sistema ficou em muitos sul-africanos, mesmo naqueles que o sofreram, que por ele foram humilhados. O sistema significa, entre outras coisas, o aguilhão da brutalidade, revela-se por exemplo na polícia, nos métodos usados, revela-se, enfim, no assassinato do taxista moçambicano. O aguilhão não tem raça. Permitam-me continuar mais tarde.
Adenda 2 às 7:34 de 05/03/2013: ouvidos ontem pela estação televisiva STV, camionistas moçambicanos que escalam a África do Sul queixaram-se de constantes maus tratos por parte da polícia sul-africana. Eles não gostam dos Moçambicanos - eis o resumo das intervenções.
Adenda 3 às 00:54 de 11/03/2013: este acontecimento trágico é propício não só ao sensacionalismo baixo-preço de certa imprensa, das redes sociais e dos blogues do copia/cola, como, também - estudem as televisões locais -, aos jogos políticos em geral e a certos jogos eleitoralistas em particular.
Adenda 4 às 00:51 de 22/03/2013: um trabalho no Sowetan (obrigado ao FL pelo envio da referência), com o título abaixo:
Como sabe Prof os assassinos do nosso compatriota foram libertados sob fiança.
ResponderEliminar