Décimo número da série. Entro no quarto número do sumário proposto aqui, a saber: 4. As raízes sociais da excepcionalidade. Vamos lá ampliar a complexidade poliédrica deste fenómeno. Alguns polícias sul-africanos agrediram e amarraram às traseiras de uma carrinha um taxista moçambicano, após o que este morreu. Sem dúvida que estamos perante um fenómeno que não é normal, que não acontece habitualmente, que é, enfim, excepcional. Tudo se tornou, afinal, excepcional e catárquico: o fenómeno, a repercussão internacional e a exigência de justiça reparadora. De tanto aparentar ser apenas ele, o fenómeno surge como que estrangeiro à replicabilidade, como que exterior a raízes sociais.
Com a vossa permissão prossigo mais tarde.
Adenda 2 às 7:34 de 05/03/2013: ouvidos ontem pela estação televisiva STV, camionistas moçambicanos que escalam a África do Sul queixaram-se de constantes maus tratos por parte da polícia sul-africana. Eles não gostam dos Moçambicanos - eis o resumo das intervenções.
Adenda 3 às 00:54 de 11/03/2013: este acontecimento trágico é propício não só ao sensacionalismo baixo-preço de certa imprensa, das redes sociais e dos blogues do copia/cola, como, também - estudem as televisões locais -, aos jogos políticos em geral e a certos jogos eleitoralistas em particular.
Excelente.
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