Outros elos pessoais

18 março 2013

A carne dos outros (20)

Vigésimo número da série, com tema referido aqui, ainda no sétimo ponto do sumário sugerido aqui: 7. Fenómenos aparentados, subponto 7.1. O chupa-sangue. Este fenómeno, hoje aparentemente sem visibilidade, parece ter tido início na província da Zambézia nos anos 70, estendendo-se mais tarde para as províncias de Nampula e Cabo Delgado.  Eis os pontos básicos da crença: sangue extraído pela cabeça das vítimas através de seringas ou de objectos do mesmo género, sorrateiramente à noite, quando as pessoas dormem; consequências da extracção: fraqueza e morte; o sangue extraído destina-se a aproveitamento exterior aos interesses das comunidades; responsabilidade associada a funcionários governa­mentais ou partidários, aí compreendidos os da Saúde, mas também a simples forasteiros.
Se não se importam, prossigo mais tarde.
(continua)
* Recorde a minha série em 14 números intitulada Ionge: populares acusam autoridades de prender a chuva no céu, aqui. Para um excelente livro em francês que estabelece uma relação entre a percepções populares, feitiçaria, política e enriquecimento, consulte Geschere, Peter, Sorcellerie et politique, la viande des autres en Afrique. Paris: Karthala, 1995.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Seja bem-vinda (o) ao blogue "Diário de um sociólogo"! Por favor, sugira outras maneiras de analisar os fenómenos, corrija, dê pistas, indique portais, fontes, autores, etc. Não ofenda, não insulte, não ameace, não seja obsceno, não seja grosseiro, não seja arrogante, abdique dos ataques pessoais, de atentados ao bom nome, do diz-que-diz, de acusações não provadas e de generalizações abusivas, evite a propaganda, a frivolidade e a linguagem panfletária, não se desdobre em pseudónimos, no anonimato protector e provocador, não se apoie nos "perfis indisponíveis", nas perguntas mal-intencionadas, procure absolutamente identificar-se. Recuse o "ouvi dizer que..." ou "consta-me que..."Não serão tolerados comentários do tipo "A roubou o município", "B é corrupto", "O partido A está cheio de malandros", "Esta gente só sabe roubar". Serão rejeitados comentários e textos racistas, sexistas, xenófobos, etnicistas, homófobos e de intolerância religiosa. Será absolutamente recusado todo o tipo de apelos à violência. Quem quiser respostas a comentários ou quem quiser um esclarecimento, deve identificar-se plenamente, caso contrário não responderei nem esclarecerei. Fixe as regras do jogo: se você é livre de escrever o que quiser e quando quiser, eu sou livre de recusar a publicação; e se o comentário for publicado, não significa que estou de acordo com ele. Se estiver insatisfeito, boa ideia é você criar o seu blogue. Democraticamente: muito obrigado pela compreensão.