Outros elos pessoais

24 janeiro 2013

Inundações e pergunta

Televisões do país mostraram ontem à noite cenas preocupantes sobre as inundações, há mortes, há alarme. A cidade do Chócuè, por exemplo, está inundada. A água invasora surge como a grande causa de tudo. Talvez não seja ociosa esta pergunta: os diques foram reparados ou criados e vigiados no Chócuè desde 2000?
Adenda às 6:53: não só é urgente prestar assistência aos atingidos pelas inundações quanto interrogar-nos sobre por que atribuímos ciclicamente às intempéries a razão de ser exclusiva do que se passa. É tempo de arredarmos as carpideiras habituais e corrermos a cortina do natural do tempo para interrogarmos seriamente o social. Recorde aqui.
Adenda 2 às 15:47: "Na sequência, o cenário ao longo de todo o troço que liga a cidade do Chókwè à vila da Macia, era simplesmente desolador com várias dezenas de viaturas especialmente camiões e camionetas transportando gente e seus haveres. A referida rodovia foi transformada num verdadeiro corredor de manadas de bois, caprinos e ovinos em busca de refúgio em Chihaquelane, uma zona relativamente mais segura a sensivelmente 30 quilómetros da cidade do Chókwè." Aqui.
Adenda 3 às 20:45: citado pelo Wamphula fax de amanhã, o primeiro-ministro Alberto Vaquina afirmou que se tem gasto dinheiro todos os anos em emergência sem resultados palpáveis, que é necessário haver soluções definitivas e não emergenciais, que é preciso construir coisas que durem vidas "mesmo que chova torrencialmente" (sic).
Adenda 4 às 20:49: confira a situação dramática em Chócuè e Guijá, aqui.

5 comentários:

  1. São carpideiras soberanas. Salvam muitos orçamentos de Estado à custa de desgraças fabricadas nos gabinetes. Quem não se lembra do que acontecia no tempo da fome e da guerra?

    Miséria para doador ver (e perdoar)...

    ResponderEliminar
  2. e as araras das aras estarão a admnistrar as águas cumprindo e fazendo os parceiros cumprirem os preceitos dos acordos sobre rios internacionais? Alguém sabe de saber o que se passa a montante da linha de fronteira?

    ResponderEliminar
  3. Tudo parece mostrar que Samora não deixou descendentes.

    ResponderEliminar
  4. Eu, na qualidade de eng. hidraulico, vivi directamente 3 cheias de Limpopo, 1977 (chokwe), 1978 e 1981 (xai-Xai). Acho que o problema principal eh que o aterro + estrada de Chicumbane funcione com uma barragem que faz agua a subir a montante. No corrente de agua nas pontoes do aterro se pode observar que a differenca do nivel de agua a montante e a jusante eh grande (cerca de 50 cm na cheia de 1981) e proporcional a altura de cheia. Isto eh a prova que o aterro de Chicumbane funciona como uma barragem nas cheias. Conclusao: A capacidade de vazao dos pontoes existentes nao eh sufficiente. Por aumentar esta capacidade uma parte do estrada deve ser posto aerea em cima de pilares (comparavel a caminho de ferro no baixo Pungue). Larguras e sitios podem ser determinados em estudos hidraulicos e hidrologicos.
    Um outro problema eh o espaco de expansao do Limpopo. A margem esquerda eh protegida por diques, portanto eh melhor nao fazer diques ou aterros na margem direita

    ResponderEliminar

Seja bem-vinda (o) ao blogue "Diário de um sociólogo"! Por favor, sugira outras maneiras de analisar os fenómenos, corrija, dê pistas, indique portais, fontes, autores, etc. Não ofenda, não insulte, não ameace, não seja obsceno, não seja grosseiro, não seja arrogante, abdique dos ataques pessoais, de atentados ao bom nome, do diz-que-diz, de acusações não provadas e de generalizações abusivas, evite a propaganda, a frivolidade e a linguagem panfletária, não se desdobre em pseudónimos, no anonimato protector e provocador, não se apoie nos "perfis indisponíveis", nas perguntas mal-intencionadas, procure absolutamente identificar-se. Recuse o "ouvi dizer que..." ou "consta-me que..."Não serão tolerados comentários do tipo "A roubou o município", "B é corrupto", "O partido A está cheio de malandros", "Esta gente só sabe roubar". Serão rejeitados comentários e textos racistas, sexistas, xenófobos, etnicistas, homófobos e de intolerância religiosa. Será absolutamente recusado todo o tipo de apelos à violência. Quem quiser respostas a comentários ou quem quiser um esclarecimento, deve identificar-se plenamente, caso contrário não responderei nem esclarecerei. Fixe as regras do jogo: se você é livre de escrever o que quiser e quando quiser, eu sou livre de recusar a publicação; e se o comentário for publicado, não significa que estou de acordo com ele. Se estiver insatisfeito, boa ideia é você criar o seu blogue. Democraticamente: muito obrigado pela compreensão.