"Nada é menos do que o momento presente, se entendermos por isso o indizível instante que separa o passado do futuro." - Henri Bergson
Segundo número de uma série destinada a propor-vos algumas ideias e algumas hipóteses sobre o 15 de Novembro, através do sumário sugerido aqui. Entro, então, no primeiro ponto: 1. Introdução: não houve 15 de Novembro. No dia 15 de Novembro aconteceu o que em vários círculos de opinião se chamou, sem necessidade de rigor, greve. A frase rotineira: "hoje há greve!" Que tipo de greve? Uma greve informal, fora das regras costumeiras, estrangeira à autorização oficial. Greve que fez muita gente saltar fora dos carris, para usar as palavras da imagem em epígrafe. Para tudo dizer: um escândalo. Citando Roland Barthes: "Há ainda pessoas para quem a greve é um escândalo: quer dizer, não apenas um erro, uma desordem ou um delito, mas um crime moral, uma acção intolerável, que a seus olhos perturba a natureza." (O público da greve, in Mitologias. Lisboa: Edições 70, 1973, p. 175). Prossigo mais tarde. Imagem reproduzida com a devida vénia da edição física do jornal "Notícias" de 17/11/2012, primeira página.
(continua)
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