Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
Outros elos pessoais
10 outubro 2012
2 comentários:
Seja bem-vinda (o) ao blogue "Diário de um sociólogo"! Por favor, sugira outras maneiras de analisar os fenómenos, corrija, dê pistas, indique portais, fontes, autores, etc. Não ofenda, não insulte, não ameace, não seja obsceno, não seja grosseiro, não seja arrogante, abdique dos ataques pessoais, de atentados ao bom nome, do diz-que-diz, de acusações não provadas e de generalizações abusivas, evite a propaganda, a frivolidade e a linguagem panfletária, não se desdobre em pseudónimos, no anonimato protector e provocador, não se apoie nos "perfis indisponíveis", nas perguntas mal-intencionadas, procure absolutamente identificar-se. Recuse o "ouvi dizer que..." ou "consta-me que..."Não serão tolerados comentários do tipo "A roubou o município", "B é corrupto", "O partido A está cheio de malandros", "Esta gente só sabe roubar". Serão rejeitados comentários e textos racistas, sexistas, xenófobos, etnicistas, homófobos e de intolerância religiosa. Será absolutamente recusado todo o tipo de apelos à violência. Quem quiser respostas a comentários ou quem quiser um esclarecimento, deve identificar-se plenamente, caso contrário não responderei nem esclarecerei. Fixe as regras do jogo: se você é livre de escrever o que quiser e quando quiser, eu sou livre de recusar a publicação; e se o comentário for publicado, não significa que estou de acordo com ele. Se estiver insatisfeito, boa ideia é você criar o seu blogue. Democraticamente: muito obrigado pela compreensão.
Ora aqui está, que tema, que tema.
ResponderEliminarOs Três Envelopes...
ResponderEliminar"(...) Certa vez, um general estava de chegada e na cerimónia de passagem de pastas, o seu antecessor entregou-lhe três envelopes, com instruções precisas para que, quando lhe surgisse o seu primeiro grande problema, abrisse o primeiro envelope. Todos os problemas graves subsequentes deveriam, logicamente, seguir o mesmo procedimento. Zeloso, o novo general pegou nos três envelopes e enfiou-os cuidadosamente num cofre para que ninguém, senão o próprio, os violasse na hora certa.
Até ao dia em que se deparou com o seu primeiro grande problema. E abriu o primeiro envelope. Lá encontrou uma mensagem lacónica: "Culpar o seu antecessor!". E assim, foi à terreiro e desfez a reputação do seu antecessor até que a situação se acalmasse. E tão logo a vida pareceu querer voltar à normalidade. Mas foi sol de pouca dura. Ainda mal se refazia do embate e já estava perante o seu segundo grande problema. Afoito, foi novamente ao cofre e abriu o seu segundo envelope. Lá estava escrita somente uma frase: "Remodelação!". E assim fez. Mas o processo mostrou-se tão complicado, quanto moroso, que acabou agravando qualquer outro problema, ainda que insignificante à partida. Inúmeros assuntos ficaram parados, à espera que a remodelação acabasse, coisa que na realidade nunca veio a acontecer.
Não tardou por isso, que se deparasse com o seu terceiro grande problema. Aí nem pestanejou quando correu para o cofre para abrir o terceiro envelope. Abriu-o e leu-o estarrecido: " Prepare três envelopes!" Moral da história. A tendência para remodelar no lugar de fazer o que tem de ser feito é uma tendência antiga que nos acompanha desde os primórdios. E nada melhor do que um fragmento histórico de Roma para a percebermos bem: "...Treinámos muito, mas pareceu-me que cada vez que constituíamos grupos de trabalho sólidos vinha uma remodelação. E aprendi mais tarde que tendemos a apelar à reorganização sempre que um novo obstáculo nos impede de avançar. Mas que método fantástico de governação é este, que cria a ilusão exterior de progresso, enquanto internamente produz a confusão, ineficiência e a desmoralização"(Gaius Petronious, 66 DC) (...)"