Outros elos pessoais

16 setembro 2012

Morte dos blogues moçambicanos? (19)

Décimo nono número da série, com sumário proposto aqui. Prossigo no segundo ponto do sumário, sempre trabalhando com hipóteses, abordando a ciberpistolagem, uma das razões do anonimato2. Anonimato/ciberpistolagem. Escrevi no número anterior que os ciberpistoleiros, protegidos pelo anonimato, não só comentam em blogues de outrem como criam blogues e heterónimos. Na verdade, criam blogues que são o viveiro do seu autoproclamado purismo ciberpistoleiro. Nos casos mais veementes, são capazes de criar blogues-clones para dar a entender que os puros são muitos. Porém, esses blogues panfletários são regra geral como as rosas de Malherbe: duram pouco tempo. Prossigo mais tarde. Imagem reproduzida daqui.
(continua)
Adenda: Virtualização do quotidiano: bloguismo em Moçambique - um pequeno texto pioneiro de Teles Huo divulgado neste diário em 2006, confira aqui.

3 comentários:

  1. Com muita facilidade são identificáveis.

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  2. Algumas Questoes. Mas, o que e um "blogue puro" no contexto mocambicano? E aquele onde lemos reaccoes dos mesmos comentadores? Por outro lado, o anonimato nao e uma invencao mocambicana, sempre acompanhou o Homem ao logo da sua evolucao. Inclusive em sociedades, hoje, muito mais abertas que a mocambicana. Sendo inclusivamente, esses textos estudados com acuidade e dando origem a muitas tertulias de pensadores, intelectuais ou ate de maconicos. Nao estarao aqueles que se preocupam tanto agora com o ciberanonimato (ao ponto de parecem tao afoitos como o sr. AEG) a contradizerem-se?

    Pois, se por um lado, pugnam por discussao aberta, por aposicao de ideias/conceitos de forma a produzir-se um discurso intelectual elaborado que faca evoluir a sociedade, por outro, parecem estar e mais preocupados em saber quem e/ou sao os autores das ideias diferentes das suas, para lhes aplicar o filtro ideologico que lhes decida responder ou nao.

    Ou seja, preocupam-se afinal, sempre com o ROTULO e nao o CONTEUDO. Sendo assim, comportam-se tambem como anonimos, visto que o seu proposito inicial se torna meramente inquisitorio, sobretudo para quem ate entao, ate estava habituado a le-los a com elevacao intelectual. O que, naturalmente, muito contribuira para o amplo desinteresse publico que gradativamente terao por parte destes.

    Ja no Facebook, por comparacao, ha um espaco livre, ainda que caotico, mas onde so la vai quem tiver o que dizer e como defender o que diz. E do mesmo modo, quem la for, tao depressa podera de la sair sem se fazer notar. Em suma, nao ha rotulos, nem conteudos. Ha pensamentos e escrita de diferentes matizes. Sendo responsabilidade de cada um dar um sentido ao que le. Sempre que aconteceu alguem optar por apor ideias cuja pretensao fossem os rotulos e nao o conteudo, so lhe restou duas opcoes. Ou o abandono voluntario ou o compulsivo do forum de discussao.

    Um Facto:

    As redes sociais incomodam hoje e muito, regimes fechados ou opressivos, habituados a filtrarem a discussao publica e intelectual. E isso, manifesta-se de muitas maneiras, inclusive pela pena de alguns, com contra-anonimato, mas tambem com analises supostamente sociais do anonimato, que nao tem outro objectivo no final do dia, senao defender o tal poder que dizem severamente criticar, que poderiam, sem esforco algum, serem chamadas de pensamentos "zombie" perdidos no pantanal de teorias estanques com lugar cativo nas editoras. Pese embora ninguem nunca as veja reflectidas no quotidiano, que e onde vivem as pessoas de carne e osso.

    Caso para perguntar, seriam eles menos anonimos se nao tivessem este maranhal social como instrumento de trabalho?

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  3. Cada um põe a carapuça que deseja.

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