2. A especificidade moçambicana. Escrevi no número anterior que, por hipótese, o nosso país pode vir a ter um duplo poder, mas de génese e configuração distintas daquelas que pretencem à distante Rússia de 1917. Duplo poder traduzido numa presidência estatal e numa presidência partidária, com esta comandando, porém, aquela. Por quê? Por hipótese, vou propor dois fenómenos: (1) envelhecimento dos produtores da independência nacional mais visivelmente directivos e (2) ameaça de concorrentes políticos jovens e hábeis de outros partidos. Se não se importam, prossigo mais tarde.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
Outros elos pessoais
02 junho 2012
A hipótese do duplo poder (7)
2. A especificidade moçambicana. Escrevi no número anterior que, por hipótese, o nosso país pode vir a ter um duplo poder, mas de génese e configuração distintas daquelas que pretencem à distante Rússia de 1917. Duplo poder traduzido numa presidência estatal e numa presidência partidária, com esta comandando, porém, aquela. Por quê? Por hipótese, vou propor dois fenómenos: (1) envelhecimento dos produtores da independência nacional mais visivelmente directivos e (2) ameaça de concorrentes políticos jovens e hábeis de outros partidos. Se não se importam, prossigo mais tarde.
3 comentários:
Seja bem-vinda (o) ao blogue "Diário de um sociólogo"! Por favor, sugira outras maneiras de analisar os fenómenos, corrija, dê pistas, indique portais, fontes, autores, etc. Não ofenda, não insulte, não ameace, não seja obsceno, não seja grosseiro, não seja arrogante, abdique dos ataques pessoais, de atentados ao bom nome, do diz-que-diz, de acusações não provadas e de generalizações abusivas, evite a propaganda, a frivolidade e a linguagem panfletária, não se desdobre em pseudónimos, no anonimato protector e provocador, não se apoie nos "perfis indisponíveis", nas perguntas mal-intencionadas, procure absolutamente identificar-se. Recuse o "ouvi dizer que..." ou "consta-me que..."Não serão tolerados comentários do tipo "A roubou o município", "B é corrupto", "O partido A está cheio de malandros", "Esta gente só sabe roubar". Serão rejeitados comentários e textos racistas, sexistas, xenófobos, etnicistas, homófobos e de intolerância religiosa. Será absolutamente recusado todo o tipo de apelos à violência. Quem quiser respostas a comentários ou quem quiser um esclarecimento, deve identificar-se plenamente, caso contrário não responderei nem esclarecerei. Fixe as regras do jogo: se você é livre de escrever o que quiser e quando quiser, eu sou livre de recusar a publicação; e se o comentário for publicado, não significa que estou de acordo com ele. Se estiver insatisfeito, boa ideia é você criar o seu blogue. Democraticamente: muito obrigado pela compreensão.
Tem razão.
ResponderEliminarOs produtores da independência não acreditam no crescimento patriótico das gerações subsequentes pois avaliam a sociedade pelo seu produto genético mais próximo, pelo que têm em casa e que, muitas vezes, é um verdadeiro desastre.Algumas vezes por culpa dos próprios progenitores que, sem atender a méritos, quiseram partilhar à mesa a sua própria, inegável e merecida heroicidade, assim transferindo, por metástase, males caseiros para a sociedade, para orgãos de soberania. Por isso a necessidade de uma presença protectora e orientadora sempre e apenas assente na odisseia da Libertação.
O problema é que isto começa a cristalizar a crença segundo a qual, sistemas fundados numa revolução só podem ser substituidos por sistemas de genese também revolucionária.
É aqui que entram os jovens de outras forças políticas já com maturidade política e consciência patriótica crescentes; com propostas mais hodiernas para o projecto Nação.
É uma revolução interessante a que, inexoravelmente, se avizinha.
O QUE DESEJO É QUE NÃO SEJA SELADA COM SANGUE.
Pois e. Mas estarao esses politicos da posicao e da oposicao (jovens e velhos) atentos as dinamicas sociais dos seus eleitores? Sinto aqui muita presuncao e poucos caldos de galinha...
ResponderEliminarA época já não é dos Chipandes e companhia.
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