Outros elos pessoais

27 abril 2012

Hábitos e fixismos (7)

Sétimo número da série. Falei-vos no número anterior do nosso Museu de História Natural. Permitam-me agora falar-vos de sapatos, sapatos prosaicos, a partir da adaptação de uma ideia de Georges Politzer. Sapatos? Sim, sapatos. Um dia compramos sapatos, digamos que sapatos castanhos. Todos os dias os calçamos. Ao fim de algum tempo perguntamo-nos: são os mesmos sapatos que comprei há tempos? A resposta formal da nossa alma é: sim, são os mesmos, são absolutamente os mesmos, mesmo formato, mesma cor, mesmo tudo. Porém, se os sapatos são formalmente os mesmos, são dialecticamente outros: formalmente são os mesmos, dialecticamente são outros, são mais velhos, foram sucessivamente engraxados, as solas são outras, etc. No dia-a-dia, o nosso pensamento é do tipo dos sapatos-sempre-os-mesmos. Prossigo mais tarde.
(continua)

1 comentário:

Seja bem-vinda (o) ao blogue "Diário de um sociólogo"! Por favor, sugira outras maneiras de analisar os fenómenos, corrija, dê pistas, indique portais, fontes, autores, etc. Não ofenda, não insulte, não ameace, não seja obsceno, não seja grosseiro, não seja arrogante, abdique dos ataques pessoais, de atentados ao bom nome, do diz-que-diz, de acusações não provadas e de generalizações abusivas, evite a propaganda, a frivolidade e a linguagem panfletária, não se desdobre em pseudónimos, no anonimato protector e provocador, não se apoie nos "perfis indisponíveis", nas perguntas mal-intencionadas, procure absolutamente identificar-se. Recuse o "ouvi dizer que..." ou "consta-me que..."Não serão tolerados comentários do tipo "A roubou o município", "B é corrupto", "O partido A está cheio de malandros", "Esta gente só sabe roubar". Serão rejeitados comentários e textos racistas, sexistas, xenófobos, etnicistas, homófobos e de intolerância religiosa. Será absolutamente recusado todo o tipo de apelos à violência. Quem quiser respostas a comentários ou quem quiser um esclarecimento, deve identificar-se plenamente, caso contrário não responderei nem esclarecerei. Fixe as regras do jogo: se você é livre de escrever o que quiser e quando quiser, eu sou livre de recusar a publicação; e se o comentário for publicado, não significa que estou de acordo com ele. Se estiver insatisfeito, boa ideia é você criar o seu blogue. Democraticamente: muito obrigado pela compreensão.