1. A teoria da ignorância popular. Prossigo este ponto, o ponto da suposta ignorância de outrem que dá prazer político a certos indivíduos. Em 1998, dirigi uma extensa pesquisa sobre as primeiras eleições autárquicas no país, com base em seis autarquias: Manica, Chimoio, Beira, Dondo, Nampula e Angoche* Nessa pesquisa, um inquérito aleatório mostrou que muita gente sabia, por exemplo, que os municípios tinham dois órgãos (presidência e assembleia); que os municípios tinham receitas próprias; que o governador não nomeava os presidentes dos municípios; que o governador não nomeava os vereadores, ainda que a maior parte dos nossos inquiridos não tivesse participado em seminários de educação cívica e estudado as leis municipais.
Prossigo mais tarde este ponto. Foto reproduzida com a devida vénia daqui.
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* Serra, Carlos (dir), Eleitorado incapturável, Eleições municipais em Manica, Chimoio, Beira, Dondo, Nampula e Angoche. Maputo: Livraria Universitária,1999, p. 194, 354 pp.
Ora aqui está um problema correctamente apontado. Regra geral o munícipe é objecto não sujeito.
ResponderEliminarPior ainda quando o "objeto" é mulher que se considera ser analfabeto...
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