Outros elos pessoais

24 fevereiro 2012

Modos de navegação social (10)

Décimo número da série.
Retomo a anfibológica figura do militante das tradições, do tradicionalista. O ideal desta singular figura urbana é o tempo imobilizado, é a aldeia alimentando-se do passado, são as regras imutáveis, é o consumo inalterável da língua local, é o culto dos mortos e dos espíritos, é o contacto com o mundo exterior reduzido à fantástica viatura que surge uma vez por ano na estrada silenciosa da zona sabe-se lá vinda de onde, é, enfim, todo esse permanente alimento de respeitáveis teses académicas sobre o fulgor das tradições. Porém, o obstinado defensor público das tradições é um guloso consumidor de coisas em movimento, das mais refinadas e onerosas modernidades.
Com a vossa permissão, prossigo mais tarde.
                                                              (continua)

2 comentários:

Seja bem-vinda (o) ao blogue "Diário de um sociólogo"! Por favor, sugira outras maneiras de analisar os fenómenos, corrija, dê pistas, indique portais, fontes, autores, etc. Não ofenda, não insulte, não ameace, não seja obsceno, não seja grosseiro, não seja arrogante, abdique dos ataques pessoais, de atentados ao bom nome, do diz-que-diz, de acusações não provadas e de generalizações abusivas, evite a propaganda, a frivolidade e a linguagem panfletária, não se desdobre em pseudónimos, no anonimato protector e provocador, não se apoie nos "perfis indisponíveis", nas perguntas mal-intencionadas, procure absolutamente identificar-se. Recuse o "ouvi dizer que..." ou "consta-me que..."Não serão tolerados comentários do tipo "A roubou o município", "B é corrupto", "O partido A está cheio de malandros", "Esta gente só sabe roubar". Serão rejeitados comentários e textos racistas, sexistas, xenófobos, etnicistas, homófobos e de intolerância religiosa. Será absolutamente recusado todo o tipo de apelos à violência. Quem quiser respostas a comentários ou quem quiser um esclarecimento, deve identificar-se plenamente, caso contrário não responderei nem esclarecerei. Fixe as regras do jogo: se você é livre de escrever o que quiser e quando quiser, eu sou livre de recusar a publicação; e se o comentário for publicado, não significa que estou de acordo com ele. Se estiver insatisfeito, boa ideia é você criar o seu blogue. Democraticamente: muito obrigado pela compreensão.