Adenda 2 às 6:37 de 28/01/2012: o "Notícias" divulgou hoje o texto em epígrafe, acompanhado de uma nota do editor, aqui.
Adenda 3 às 8:42 de 29/01/2012: sugiro leiam os comentários no portal da WSLA, são em meu entender uma preciosa mina cognitiva, aqui.
Na Nigéria, as coisas começaram assim. Primeiro, com a política da avestruz. Depois, com o espanto. Agora, com o medo. Continuem a dormir que os resultados não tardarão a aparecer...
ResponderEliminarAfinal, quem semeia colhe. Mas quando mal semeado, colhe mal!
Uma vergonha tudo isto, uma completa vergonha.
ResponderEliminarNão vi a carta no Notícias...
ResponderEliminarLamento muito.
ResponderEliminarNojo!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
ResponderEliminarÉ com estas "tradições" que as mulheres são diariamente espezinhadas, violadas física e moralmente e transformadas em peças dos haréns dos homens. Diz bem, Sara, nojo!
ResponderEliminarConsiderando as alegações gravíssimas aqui feitas, as opiniões expressas e a natureza dos factos, surpreende-me totalmente que um assunto desta natureza quase não acuse no “radar” da sociedade moçambicana a todos os níveis e mereça o tratamento que a sua natureza quase bombástica merece.
ResponderEliminarNomeadamente:
1. Como é possível que um caso de violação sexual de uma mulher moçambicana em Pemba por 17 homens, passa pelas mãos da autoridade policial local e pelos vistos, aparentemente nada aconteceu?
2. Como é possível que uma mulher violada por 17 homens vai parar a um hospital e ela recebeu – a acreditar nas palavras do jornalista autor do artigo de opinião acima – o tratamento mais vil, infame e desrespeitador que se pode imaginar?
3. Como é possível que um crime desta natureza possa ser “reclassificado” como uma mera ocorrência pelas entidades envolvidas, 17 autores e um mandatário mandados para casa, invocando a desculpa esfarrapada de que envolve religião e tradições, e como tal se justificava?
4. Como é possível em 2012, que qualquer pessoa, que qualquer entidade, qualquer tradição, qualquer religião, consiga justificar o crime deliberado da violação em massa de uma mulher, como fazendo parte legítima e constituindo “castigo justificável” , seja em que circunstância for?
5. Como é possível que a direcção e os editores do Notícias de Maputo, deixem passar a limpo nas suas páginas como mera afirmação de uma opinião num sábado, a monstruosidade que é dita quase inexplicavelmente pelo seu cronista de Pemba, que desvaloriza um crime hediondo e efectivamente relega mais do que metade de toda a população de Moçambique para o estatuto de carne para canhão, sujeitas a “tradições” e “religiões” que incluem a violação sexual em massa de uma mulher?
6. Como é possível que, em Moçambique, em 2012, em que, pesem todas as dificuldades e constrangimentos, existem entidades e mecanismos com poderes formais e informais como os Srs. Presidente da República, primeiro-ministro, ministro do Interior, ministro da Justiça, Procuradoria, as polícias, etc – e este chocante episódio passe em claro sem que acção decisiva, conclusiva e eloquente seja encetada, dizendo aos criminosos e ao mundo que, em Moçambique, a Lei aplica-se e que, em Moçambique, as mulheres são respeitadas e são para serem respeitadas, que, em Moçambique, estes crimes não são tolerados, e que quem os cometer em Moçambique vai pagar um preço muito caro por eles?
Como é tudo isto possível?
Por mim, em memória da minha mãe e para bem das minhas irmãs e de todas as mulheres moçambicanas que são as nossas colegas e parceiras na vida e as mães dos nossos filhos, e da nobre e rica tradição, desde a Independência, do realce e destaque para o papel crucial das mulheres na sociedade moçambicana, espero que não seja possível.
ABM