Outros elos pessoais

01 dezembro 2011

Espíritos, doenças e médicos do invisível (7)

Prossigo a série, de acordo com o sumário proposto aqui.
3. Crença no uso positivo ou negativo das forças do invisível. Escrevi no número anterior que as causas da desordem sobrevinda não dizem respeito a uma determinada pessoa, que esta pessoa é apenas o passaporte, digamos que o pretexto do problema. O problema é colectivo, não individual como na biomedicina. A pergunta indagativa não é esta: o que é que provocou este desordem psicosomática na pessoa A? Mas, antes, esta: quem é que está a provocar este problema na família ou na comunidade através da pessoa A? Esta indagação reenvia para a crença no uso positivo ou negativo das forças do invisível. Por sua vez, esta crença remete para os gestores das forças. O mundo destes gestores é complexo em seus três momentos: indagação, diagnóstico e processo de cura. Este mundo complexo envolve também as forças do visível.
Com a vossa permissão, prossigo mais tarde. Foto reproduzida daqui.
(continua)
Adenda: "Para se ter uma ideia, na África do Sul, enquanto há um médico para cada 20 mil habitantes, existe um curandeiro para cada 500 pessoas." Aqui.
Adenda 2: um trabalho do antropólogo Paulo Granjo intitulado "Saúde e doença em Moçambique", aqui.
Adenda 3 às 6:52: a história que dá origem a esta série (atribuição de um marido-espírito a uma jovem de 15 anos) está melhor contada no portal da Rádio Moçambique, aqui.

3 comentários:

  1. Quem me dera saber quanta gente anda nas "forças do invisível" mesmo a nível ministerial.

    ResponderEliminar
  2. Ó pá os mais teimosos até são os "iluministas" formados nas américas e nas europas...

    ResponderEliminar

Seja bem-vinda (o) ao blogue "Diário de um sociólogo"! Por favor, sugira outras maneiras de analisar os fenómenos, corrija, dê pistas, indique portais, fontes, autores, etc. Não ofenda, não insulte, não ameace, não seja obsceno, não seja grosseiro, não seja arrogante, abdique dos ataques pessoais, de atentados ao bom nome, do diz-que-diz, de acusações não provadas e de generalizações abusivas, evite a propaganda, a frivolidade e a linguagem panfletária, não se desdobre em pseudónimos, no anonimato protector e provocador, não se apoie nos "perfis indisponíveis", nas perguntas mal-intencionadas, procure absolutamente identificar-se. Recuse o "ouvi dizer que..." ou "consta-me que..."Não serão tolerados comentários do tipo "A roubou o município", "B é corrupto", "O partido A está cheio de malandros", "Esta gente só sabe roubar". Serão rejeitados comentários e textos racistas, sexistas, xenófobos, etnicistas, homófobos e de intolerância religiosa. Será absolutamente recusado todo o tipo de apelos à violência. Quem quiser respostas a comentários ou quem quiser um esclarecimento, deve identificar-se plenamente, caso contrário não responderei nem esclarecerei. Fixe as regras do jogo: se você é livre de escrever o que quiser e quando quiser, eu sou livre de recusar a publicação; e se o comentário for publicado, não significa que estou de acordo com ele. Se estiver insatisfeito, boa ideia é você criar o seu blogue. Democraticamente: muito obrigado pela compreensão.