Outros elos pessoais

07 novembro 2011

O nosso inimigo é a ilusão democrática

De um trabalho do filósofo e crítico cultural esloveno Slavoj Žižek: "A meta (explícita ou implícita) é democratizar o capitalismo, ampliar o controle democrático sobre a economia global, mediante a exposição na mídia, os inquéritos parlamentares, leis mais duras, inquéritos e investigações judiciais etc. Mas não se questiona o quadro das instituições do estado democrático burguês. Esse é preservado, sacrossanto, até nas modalidades mais radicais do ‘anticapitalismo ético’ – o Fórum Social Mundial de Porto Alegre, o movimento de Seattle etc. etc. (...) Badiou acertou ao dizer que o nome do pior inimigo, hoje, não é “capitalismo”, “império”, “exploração” ou coisas do tipo, mas, sim “democracia”. Hoje, o que impede qualquer genuína transformação das relações capitalistas é a ‘ilusão democrática’, a aceitação de mecanismos democráticos burgueses como únicos meios legítimos de mudança." No original em inglês aqui, em português aqui.

4 comentários:

  1. Sim Senhor. Mas ao menos, sao conhecidos. Ja os anti-burgueses, estao apenas esquecidos...Exemplos. A justica revolucionaria do povo. A solucao final. A Ideia Juche, etc.

    Com resultados comprovados.

    Por outro lado, e muito tipico nesta "maldita" democracia que permite por exemplo, o articulista se expressar como o fez, aparecerem analistas-rotuladores criando antiteses para assim retirarem o foco da atencao ao principal, sobretudo quando constatam que a sua linha ideologica anacronica se esbateu no vento uma vez mais. Porque sempre esteve claro - e eu ate o disse varias vezes aqui - que estavamos perante uma versao light dos "Tea Parties" de democratas, que em momento algum haveriam dado a entender que se tornariam nos novos John Reed. E como se ve, essencialmente, tudo se resume a questao fundamental:

    QUE OS QUE CAUSARAM A CRISE (CAPITAL ESPECULATIVO E A BANCA) PAGUEM POR ELA; E NAO, FACAM AS SUAS VITIMAS PAGAR POR ACEITAREM VIVER COM ELES.

    Simples como agua.

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  2. Penso que o problema está bem colocado: porquê um só modelo é o que está certo? Este é o verdadeiro problema.

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  3. Não é invocando alternativas (se não fosse esta democracia o homem não falava..) que se recusa o que ele diz. O que ele diz é bué propício ao pensamento.

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  4. O modelo é bebido já no berço e por isso aparece como natural. Alguém contesta a existências das árvores?

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