Prossigo a série, de acordo com o sumário proposto aqui.
3. Crença no uso positivo ou negativo das forças do invisível. No número anterior perguntei que forças do invisível estão em causa. E respondi da seguinte maneira: em primeiro lugar, as forças dos espíritos; em segundo lugar, as forças desencadeadas pela acção da magia. Em qualquer dos casos, trata-se de encontrar as causas e os antídotos, trata-se de construir o processo da verdade de um circuito que, afinal, é menos do foro da psicopatologia (termo que empreguei em número anterior) do que da sóciopatologia.
As causas da desordem sobrevinda não dizem respeito ao foro físico ou psíquico da (o) doente, esta (e) doente é apenas um passaporte, o receptáculo de um problema ou de um conjunto de problemas que a (o) ultrapassam. Como assim? É que o problema não é individual, mas colectivo.
Com a vossa permissão, prossigo mais tarde. Foto reproduzida daqui.
(continua)
Adenda: "Para se ter uma ideia, na África do Sul, enquanto há um médico para cada 20 mil habitantes, existe um curandeiro para cada 500 pessoas." Aqui.
Adenda 2: um trabalho do antropólogo Paulo Granjo intitulado "Saúde e doença em Moçambique", aqui.
Adenda 3 às 6:52: a história que dá origem a esta série (atribuição de um marido-espírito a uma jovem de 15 anos) está melhor contada no portal da Rádio Moçambique, aqui.
Ora aqui está, sem dúvida que o problema é sempre colectivo, se for preciso mata-se alguém na casa ou na aldeia.
ResponderEliminarE depois vão dizer que as mulheres é que são feiticeiras!!!!!!!
ResponderEliminarHá gente que não dorme a pensar no mau olhado...
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