Observação: com a desenfreada corrida aos recursos minerais do país, os historiadores terão certamente nos próximos anos muitas histórias fáusticas de Báucias e Filemos moçambicanos para analisar.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
Outros elos pessoais
18 setembro 2011
Entre o arroz e os minerais
Observação: com a desenfreada corrida aos recursos minerais do país, os historiadores terão certamente nos próximos anos muitas histórias fáusticas de Báucias e Filemos moçambicanos para analisar.
9 comentários:
Seja bem-vinda (o) ao blogue "Diário de um sociólogo"! Por favor, sugira outras maneiras de analisar os fenómenos, corrija, dê pistas, indique portais, fontes, autores, etc. Não ofenda, não insulte, não ameace, não seja obsceno, não seja grosseiro, não seja arrogante, abdique dos ataques pessoais, de atentados ao bom nome, do diz-que-diz, de acusações não provadas e de generalizações abusivas, evite a propaganda, a frivolidade e a linguagem panfletária, não se desdobre em pseudónimos, no anonimato protector e provocador, não se apoie nos "perfis indisponíveis", nas perguntas mal-intencionadas, procure absolutamente identificar-se. Recuse o "ouvi dizer que..." ou "consta-me que..."Não serão tolerados comentários do tipo "A roubou o município", "B é corrupto", "O partido A está cheio de malandros", "Esta gente só sabe roubar". Serão rejeitados comentários e textos racistas, sexistas, xenófobos, etnicistas, homófobos e de intolerância religiosa. Será absolutamente recusado todo o tipo de apelos à violência. Quem quiser respostas a comentários ou quem quiser um esclarecimento, deve identificar-se plenamente, caso contrário não responderei nem esclarecerei. Fixe as regras do jogo: se você é livre de escrever o que quiser e quando quiser, eu sou livre de recusar a publicação; e se o comentário for publicado, não significa que estou de acordo com ele. Se estiver insatisfeito, boa ideia é você criar o seu blogue. Democraticamente: muito obrigado pela compreensão.
Da forma como o poder e a ganância atingiram à medula, teremos, futuramente, uma "monarquia democratizada" a reinar no país.
ResponderEliminarQue futuro se espera dessas mil mulheres e de seus filhos?
Gostava de perguntar a quem de direito se isto é a dita Revolução Verde?
A corrida pelo carvão de Moatize ainda vai fazer história. A ideia de regiões autónomo será levantada. Tudo depende da maneira como vão gerir. Eu estou aqui para ver.
Zicomo
Julga Professor que muitos se vão preocupar com isso na corrida à "riqueza absoluta"?
ResponderEliminarQuem vai defender as mulheres? Tantos meticais e rua... É "desenvolvimento"...
ResponderEliminarVi a peça pela TVM. A questão das mulheres não era a terra nem as culturas. O que elas estavam a reivindicar eram as diferenças nos montantes de compensação designadamente entre mil e quinhentos meticais e cinco mil meticais.
ResponderEliminarPara mim o problema é a total ignorância das pessoas -neste caso personalizadas pelas mil mulheres -em relação ao valor da terra como meio de produção, mecanismo de soberania e também o aproveitamento dessa circunstância pelas instituições governamentais e pelo Grande Capital Internacional.
Li hoje a 'carta a muitos amigos' do dr Sérgio Vieira no jornal Domingo "sobre investidores nacionais e estrangeiros":
ResponderEliminarQuero partilhar o seguinte excerto:
- "As joias da coroa, a terra e subsolo que libertámos com sacrifícios enormes, estão a entregar-se ao desbarato ao estrangeiro, ficando o Estado em posição ultra-minoritária quando ainda fica, o moçambicano, esse à força, ressentido algures sem qualquer justa compensação, pois há que acomodar o estrangeiro"
> O eterno problema do desenvolvimento: as compensações às populações menos favorecidas e preparadas para a defesa dos seus direitos, NUNCA são equilibradas!
ResponderEliminar> Em regra, retiram-se populações que vivem há gerações em determinado local, dando-lhes uma área para construir uma habitação semelhante á que são obrigados a abandonar, e/ou materiais para a nova construção; ou indeminizando pela perda do meio/factor de produção, Terra!
> MAS, o valor de mercado, real, da área donde são “corridos” é muito maior. Neste caso, a base para a construção de um Porto cuja utilização vai gerar, permanentemente, riqueza!
> Um sistema equilibrado, poderia passar por dar a esses “TRANSUMADOS”, organizados em Associações, um “Royalty” permanente.
> O Estado recebe hoje, a título de Royalty, 3% do valor da produção; a Associação dos deslocados do cais receberia, por exemplo, 0,5% durante toda a vida do projecto.
> São levianas, vergonhosas, desequilibradas, as compensações às populações deslocadas nestes empreendimentos, com o AVAL ou mesmo palmas do Governo: insensibilidade!!!
O Sr. Coronel, sempre astuto, defende o corporativismo estatal. Ora, bem se viu no que o GPZ - um belo exemplo disso - deu. Quanto ao resto, com tantos mestrados em gestão e economia formados na escola Keynesiana do Primeiro Mundo no topo dos ministérios-chave de Moçambique, é um espanto que alguém ainda se admire com estas histórias da Beira. Quanto aos historiadores, descansem, asseguro-vos que o destino trágico de Samuel Doe se repetirá em Moçambique num destes dias...
ResponderEliminarSubscrevo a ideia de Anónimo em relação à distribuição efectiva das 'royalties' sobretudo na indústria extractiva dada a sua natureza irremediavelmente finita.
ResponderEliminarEste seria um belo palco para as chamadas organizações da sociedade civil pleitearem em favor de um desenvolvimento comunitário tangível e mensurável.
Mas onde andarão essas organizações? Provavelmente em seminários de luxo a maquinar resultados para impressionar doadores (a maior parte dos quais também pré-disposta a este status quo).
Seria interessante efectuar-se um levantamento das enormíssimas extensões territoriais a cargo dos CFM...
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