Outros elos pessoais

05 setembro 2011

Aparente paradoxo

Depois de um sombrio alerta lançado o mês passado pelo director do Banco MundialRobert Zoellick, é agora a vez da directora-geral do Fundo Monetário Internacional, Christine Lagarde, advertir para a iminência de uma nova recessão, sugerindo, por exemplo, a recapitalização dos bancos europeus, cuja credibilidade está minada. Aqui e aqui.
Observação: enquanto isso, no nosso país há cada vez mais bancos e agências, o mais recente reportado neste diário aqui. Um aparente paradoxo.
Adenda às 7:37: “Para sustentar os preços e conter assim a verdadeira causa do mal, foi necessário que o Estado pagasse a preços vigentes antes de estalar o pânico comercial e que descontasse as letras de câmbio, as quais não representavam outra coisa senão bancarrota estrangeira. Por outras palavras, as perdas dos capitalistas privados deveriam ser pagas com o património de toda a sociedade, representada pelo governo” (Marx, Karl, A crise financeira na Europa, Editorial do New York Daily Tribune, 22 de Dezembro de 1857).

10 comentários:

  1. E é realmente isso que mais me preocupa:cada amanhecer é um incógnito, cada dia que passa é mais um amanhã inseguro.

    É para isso que somos racionais??? Para destruir o nosso próprio meio? Se assim for, numa próxima encarnação preferia ser animal irracional...

    Somos nós, o povo, que pagamos a ressaca dos políticos.

    Eu já vi de tudo nesta vida, até políticos que prometeram temperaturas frias anuais para Tete, porque entendiam que a cidade é das mais quente do país, em troca do voto. Deixemos...

    As declarações da senhora Lagarde não me surpreenderam, fiquei é tranquilo não conhecesse este mundo.

    Vem aí mais planos de austeridades. O cinto do povo terá mais um ou dois furos a mais.

    Enfim, dizia o economista Mike Whitney que "Um país não pode matar-se de fome para prosperar nem tão pouco recuar para crescer. A austeridade é boa para monges, mas má para a economia".

    Zicomo

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  2. Talvez os economistas possam dar uma mão.

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  3. O que Washington desejar, e o que os outros farao. Ja me cansei de falar nisso. Quem quiser, leia isto:http://livrepensadormoz.blogspot.com/2011/08/noruega.html


    Obrigado pela atencao.

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  4. Pois é,
    1. Recapitalização significa aumentar os capitais próprios, o dinheiro real, e reduzir a AUTORIZAÇÃO que os Bancos Centrais (no nosso caso o BM/ autoridade monetária) dão aos Bancos Comerciais, para cobrarem juros e comissões de – crédito e outras operações – que concedem com dinheiro virtual, com a chamada “alavancagem” dos capitais próprios: quanto maior é o braço da alavanca (o dinheiro virtual) mais fácil é o lucro dos Bancos.
    2. Vejam no “País” de hoje, o anúncio da Associação Moçambique/ Portugal. Vai realizar-se a 13 de Setembro uma Gala Empresarial de homenagem a Sua Excelência o Presidente Guebuza, com dois palestrantes: (i) Américo Amorim, accionista maioritário do Banco Único e com forte participação na Galp (com interesses no biocombustível em Moçambique); (2) Manuel F. Oliveira, presidente da Galp. Tudo isto se realiza na Sala de Conferência dum dos hoteis da Visabeira, também accionista do Banco Único. A Sede do Banco Único na Julius Nyerere e o balcão da baixa são património da Visabeira.
    3. Para participar na GALA paga-se 2.500MT/pessoa e, veja-se a finura: obrigatório, FATO PRETO OU AZUL ESCURO como é usual nas principais praças financeiras europeias.
    4. Bem, o Sr. Amorim e a Visabeira criaram o Banco Único, porque têm fortes interesses em Moçambique, actuais e futuros, e, em vez de dar comissões a outros Bancos para intermediarem os seus negócios, resolveram criar o seu próprio Banco, com o qual poderão, acessoriamente, fazer outros negócios, extra-grupo. Por tudo isto, pela NÃO ELEGIBILIDADE do pé descalço, já é apelidado Banco dos Ricos!
    5. Mas, TUDO BEM, é esta a realidade do mundo de negócios! São estas as regras do jogo: os investidores espreitam as oportunidades e, quando resolvem colocar algum capital em Moçambique ou noutro qualquer lugar, é, seguramente, porque as expectativas de retorno são melhores do que aplicações alternativas; não é, seguramente, apenas pelos lindos olhos das jovéns da “Pátria Amada”. Torci o nariz à composição da estrutura administrativa (ver fotogaleria no jornal expresso); há condições na praça para um maior “equilibrio”.
    6. Finalmente, ESTOU TRAMADO, queria ir á Gala, mas não tenho fato preto, nem azul escuro; adoptei um cinzento mais escuro para eventos mais cerimoniosos, outro, também cinzento, mas claro, para ocasiões menos “nobres”. Faltava-nos a discriminação baseada na cor da vestimenta.
    _______

    NOTA: Estamos a entrar numa economia anti-social:
    A. Incentivamos os biocombustíveis (galp e muitos outros) a partir da cana, mapira, jatrofa, coco, etc. MAS, nesse sector /Agrícola, DECRETAMOS o slário mínimo mais baixo, inferior a 100$ mês. Pode um trabalhador permanente nessas plantações, sobreviver com seu agregado familiar com alguma dignidade, Voltamos à economia de plantação, que o mesmo é dizer, perpetuar a pobreza ?;
    B. Deslocamos populações das zonas que concessionamos para o Carvão, construindo habitações execráveis e sem criar condições realistas para o envolvimento destas populações em actividades produtivas sustentáveis. Tudo sobre o joelho, numa desmedida ânsia, de quem está próximo do poder, de se banquetear o mais cedo possível … receosos que, ao partir (ninguém fica para semente), possam deixar riqueza ás gerações que ficam.
    C. Somos capazes de organizar Eventos desportivos, culturais, dominamos os protocolos … MAS, temos sido INCAPAZES de produzir o que precisamos para comer! Porquê??

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  5. Em complemento, as fotos:
    http://aeiou.expresso.pt/banco-unico-e-para-ricos-para-ja-video-e-fotogaleria=f671306#commentbox

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  6. Eu, porque nao uso fato, pouco me preocupo com essas "finasses", Azul, Preto, Amarelo ou cor de rosa, tento me faz que "outros" usem,

    Por outro lado, a Nossa "Revolution", nao passa pelo Banco Único, pois nem somos "ricos", nem "empresários de sucesso", e muito menos "finorios",

    Pelo que, ficamos satisfeitos por sermos e fazermos parte do Povo.

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  7. Bem, bem, caro Karim, ... muito antes do Banco Único optar pela segmentação do mercado, já alguém apostava na "Brand" de vestuário a preços absolutamente inacessíveis a qualquer "remediado" da nossa praça!

    São estratégias de mercado, absolutamente lícitas: umas vezes resultam, durante mais ou menos tempo enquanto são novidade, outras não!

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  8. Eu nao disse que eram Ilícitas, nem sequer disse que a estratégia era errada, e muito menos que nao devia ser essa a segmentação ou "whatever",

    Dei o meu posicionamento em relação ao seu ( anónimo 5:32 ),

    Fi-lo Mal ?

    Na Verdade, so queria convence-lo a comprar uma -T-Shirt Revolution, ja que tanto reclamva dos fatos, preco da gala, estrutura administrativa, banco dos ricos e todo o "chute" de informacao que ai poe,

    Nao 'e ?

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  9. Meus caros: desde que o FDC, o INSS, o..., estejam em todos os Bancos, está tudo bem...

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  10. Pra mim esta tudo Bem,

    E vai continuar sempre, se Allah Quiser,

    Na Boa... Mesmo.

    Quanto aos preços, eram caros para a maioria, por isso mudamos também, quisemos vestir o Jovem moçambicano, ainda hoje queremos que os Nossos preços baixem mais, tentamos negociar com o governo, continuamos 'a espera enquanto pagamos todos os Direitos Aduaneiros e ainda recebemos acréscimos injustificados das alfândegas, depois de inspecção, investigação e reavaliação, o que agrava ainda mais os custos ainda que pelo processo de reclamação que demora uma eternidade,

    Queremos produzir em Moçambique, e um dia se calhar havemos de conseguir, pra ja, tentar vender mais a Revolution, que ainda acho que esta cara, queria que todo o Jovem Moçambicano pudesse comprar,... e depois se vera,

    Isso em relação a nossa "segmentação" que pra muitos "falhou", e pra nos, o querer ser um empresário ético, " socialista", se tornou numa lição pro resto da vida,

    E se estou arrependido, NAO, apenas cansado, e com vontade de parar de criticar como fazia antes, pois nao "soa" bem, a critica feita por um derrotado, que tenho consciência que sou.

    Na Boa Mesmo...

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