Outros elos pessoais

16 agosto 2011

Uns pensam melhor do que outros? (6)

"A humildade exprime uma das raras certezas de que estou certo: a de que ninguém é superior a ninguém" (Paulo Freire)
O sexto e penúltimo número da série.
O intelectual estrito senso é a segunda pedra angular na manutenção da crença de que a inteligência analítica é previlégio de uma minoria. Não só as representações sociais fazem dele uma figura alimentando-se do pensar profundo, esotérico, quanto ele próprio ama, não poucas vezes, fazer passar a imagem de quem anda na lua, trôpego, cansado de tanto pensar, desinteressado do mundo (como se o seu desinteresse não fosse, apenas, uma modalidade de interesse).
Termino mais tarde.
(continua)

2 comentários:

  1. O paradoxo do nosso tempo na história é que temos edifícios mais altos, mas
    temperamentos mais curtos, estradas mais largas, mas pontos de vista mais
    estreitos.

    Gastamos mais, mas temos menos, compramos mais, mas desfrutamos menos.

    Temos casas maiores e famílias menores, mais conveniências, mas menos tempo.

    Temos mais graus académicos, mas menos senso, mais conhecimento, mas menos
    julgamento, mais especialistas e ainda mais problemas, mais medicina, mas
    menos saúde.

    Nós bebemos demais, fumamos demais, gastamos demais imprudentemente, rimos
    muito pouco, conduzimos rápido demais, ficamos muito irritados, ficamos
    acordados até tarde, acordamos muito cansados, lemos muito pouco, assistimos
    TV demais e raramente rezamos.

    Multiplicamos os nossos bens, mas reduzimos os nossos valores. Falamos
    demais, amamos raramente e odiamos com muita frequência.

    Aprendemos como ganhar a vida, mas não uma vida. Nós adicionamos anos à
    nossa vida e não vida aos nossos anos. Fomos até a lua e voltamos, mas temos
    dificuldade em atravessar a rua e visitar um novo vizinho.

    Conquistamos o espaço exterior, mas não nosso espaço interior. Fizemos
    coisas maiores, mas não coisas melhores.

    Limpamos o ar, mas poluímos a alma.

    Conquistamos o átomo, mas não o nosso preconceito.

    Escrevemos mais, mas aprendemos menos.

    Planeamos mais, mas realizamos menos.

    Aprendemos a nos apressar e não a esperar.

    Construímos mais computadores para armazenar mais informação, produzir mais
    cópias do que nunca, mas nos comunicamos cada vez menos.

    Estes são tempos de refeições rápidas e digestão lenta, do homem grande de
    carácter pequeno; lucros acentuados e relações vazias.

    Estes são os dias de dois empregos, vários divórcios, casas chiques e lares
    despedaçados.

    São dias de viagens rápidas, fraldas descartáveis, moralidade descartável,
    carinhos de uma noite no motel, corpos acima do peso, e pílulas que fazem de tudo:
    alegrar, aquietar, matar.

    É um momento em que há muito na montra e nada para mostrar. Uma época em que
    a tecnologia pode trazer esta reflexão até você, e um momento em que você pode
    optar por dividir essa reflexão ou simplesmente apagá-la de sua memória ...

    Lembre-se: de passar algum tempo com os seus entes queridos, porque não vão
    ser para sempre.

    Lembre-se, de dizer uma palavra gentil a alguém que olha para você com
    admiração, porque essa pessoa pouco logo irá crescer e sair do seu lado.

    Lembre-se, para dar um caloroso abraço a pessoa mais próxima a você, porque
    esse é o único tesouro que você pode dar com seu coração e não custa um
    centavo.

    Lembre-se, de dizer 'eu te amo' para o seu parceiro e seus entes queridos,
    mas acima de tudo dizer isso com sinceridade. Um beijo e um abraço curam a
    dor, quando vêm de lá de dentro de você.

    Lembre-se de dar as mãos e estimar o momento, porque um dia essa pessoa não
    vai estar lá novamente.

    Dê tempo para amar, dê tempo para falar! E dê tempo para compartilhar os
    pensamentos preciosos em sua mente.

    E lembre-se:
    A vida não é medida pelo número de vezes que respiramos, mas pelos momentos
    que nos tiram a respiração.

    George Carlin

    ResponderEliminar

Seja bem-vinda (o) ao blogue "Diário de um sociólogo"! Por favor, sugira outras maneiras de analisar os fenómenos, corrija, dê pistas, indique portais, fontes, autores, etc. Não ofenda, não insulte, não ameace, não seja obsceno, não seja grosseiro, não seja arrogante, abdique dos ataques pessoais, de atentados ao bom nome, do diz-que-diz, de acusações não provadas e de generalizações abusivas, evite a propaganda, a frivolidade e a linguagem panfletária, não se desdobre em pseudónimos, no anonimato protector e provocador, não se apoie nos "perfis indisponíveis", nas perguntas mal-intencionadas, procure absolutamente identificar-se. Recuse o "ouvi dizer que..." ou "consta-me que..."Não serão tolerados comentários do tipo "A roubou o município", "B é corrupto", "O partido A está cheio de malandros", "Esta gente só sabe roubar". Serão rejeitados comentários e textos racistas, sexistas, xenófobos, etnicistas, homófobos e de intolerância religiosa. Será absolutamente recusado todo o tipo de apelos à violência. Quem quiser respostas a comentários ou quem quiser um esclarecimento, deve identificar-se plenamente, caso contrário não responderei nem esclarecerei. Fixe as regras do jogo: se você é livre de escrever o que quiser e quando quiser, eu sou livre de recusar a publicação; e se o comentário for publicado, não significa que estou de acordo com ele. Se estiver insatisfeito, boa ideia é você criar o seu blogue. Democraticamente: muito obrigado pela compreensão.