Outros elos pessoais

▼
▼

17 agosto 2011

E se os Moçambicanos fossem Chineses? (5)

"Espere o melhor, prepare-se para o pior e receba o que vier." (provérbio chinês)
Mais um pouco desta série, ainda sobre o segundo ponto do sumário que vos propus (estereótipos).
Recebi de um estudante universitário moçambicano na China, que me pediu anonimato, um email relativo a esta série do qual extraí as seguintes passagens: "Aqui na China, numa conferência internacional sobre a China em África, que tomei parte, um pesquisador chinês referiu na sua apresentação que os Chineses levam os seus compatriotas (operários) porque os Africanos são preguiçosos e roubam o material. Também certas pessoas da rua várias vezes dizem que nós somos "pretos" por causa de muito calor que se faz em África. Esta ideia absurda também é defendida por alguns estudantes universitários. No campo sexual também ocorrem certos estereótipos. Algumas prostitutas negam manter relações sexuais com os negros "porque têm pénis grande". Não quero dizer que esta ideia seja generalizada entre as mulheres chinesas. Tenho conhecimento de relações amorosas boas entre estudantes chinesas e estudantes negros. Mesmo propostas de casamento fazem aos seus namorados negros, mesmo com a reprovação dos pais delas. Os homens/jovens chineses não gostam das negras "porque são muito pretas”, i.e., principalmente na zona do órgão sexual feminino."
(continua)
Leitura recomendada: Feijó, João, Relações sino-moçambicanas em contexto laboral - uma análise de empresas em Maputo, in Serra, Carlos, A construção social do Outro, Perspectivas cruzadas sobre estrangeiros e Moçambicanos. Maputo: Imprensa Universitária, 2010, pp. 225-296.
à(s)

3 comentários:

  1. Salvador Langa17/8/11 9:46 da manhã

    Estereótipos fortes, assim criamos imagens falsas das pessoas.

    ResponderEliminar
  2. Xiluva/SARA17/8/11 3:19 da tarde

    Mas que horror de pensamentos!!!!!O desconhecido e o medo!!!!

    ResponderEliminar
  3. João Feijó18/8/11 7:38 da tarde

    Essa imagem das mulheres moçambicanas é comum entre os operários da construção civil chineses em Maputo. Trabalhadores moçambicanos revelaram-me que os chineses lhes dizem não gostar de mulheres moçambicanas por terem uma vagina muito larga. Que por vezes mostram aos moçambicanos os seus laptops com imagens de mulheres nuas, sempre de origem chinesa. Não obstante as funcionárias do bloco administrativo referem que já apareceram mulheres moçambicanas na obra, grávidas, a pedir responsabilidades a operários chineses. Na restauração ouvi vários testemunhos de moçambicanos segundo os quais vários chineses mantinham relações amorosas com mulheres moçambicanas, mas raramente assumidas.

    Em tempos tentei visitar uma obra com um amigo chinês e não nos queriam deixar subir pois não tínhamos capacete. Avistámos alguns capacetes num canto da obra e dissemos que poderíamos usá-los, mas responderam-nos que esses estavam unicamente destinados a moçambicanos. Que era perigoso nós usarmos pois muitos moçambicanos tinham SIDA e podíamos ficar contagiados.

    Estes operários têm origens muito humildes, na maioria rurais e são pouco escolarizados.

    ResponderEliminar

Seja bem-vinda (o) ao blogue "Diário de um sociólogo"! Por favor, sugira outras maneiras de analisar os fenómenos, corrija, dê pistas, indique portais, fontes, autores, etc. Não ofenda, não insulte, não ameace, não seja obsceno, não seja grosseiro, não seja arrogante, abdique dos ataques pessoais, de atentados ao bom nome, do diz-que-diz, de acusações não provadas e de generalizações abusivas, evite a propaganda, a frivolidade e a linguagem panfletária, não se desdobre em pseudónimos, no anonimato protector e provocador, não se apoie nos "perfis indisponíveis", nas perguntas mal-intencionadas, procure absolutamente identificar-se. Recuse o "ouvi dizer que..." ou "consta-me que..."Não serão tolerados comentários do tipo "A roubou o município", "B é corrupto", "O partido A está cheio de malandros", "Esta gente só sabe roubar". Serão rejeitados comentários e textos racistas, sexistas, xenófobos, etnicistas, homófobos e de intolerância religiosa. Será absolutamente recusado todo o tipo de apelos à violência. Quem quiser respostas a comentários ou quem quiser um esclarecimento, deve identificar-se plenamente, caso contrário não responderei nem esclarecerei. Fixe as regras do jogo: se você é livre de escrever o que quiser e quando quiser, eu sou livre de recusar a publicação; e se o comentário for publicado, não significa que estou de acordo com ele. Se estiver insatisfeito, boa ideia é você criar o seu blogue. Democraticamente: muito obrigado pela compreensão.