Apesar do que dizem as malévolas e vilãs vozes populares, o Grande Líder sabe muito bem que tudo foi feito para o País dos Panglosses ser o melhor dos países. O País dos Panglosses é, sem qualquer margem para dúvidas sofísticas e anti-panglosseanas, o melhor, estatisticamente cheio de vitórias de ganhos e providências. E por ser o melhor só pode ser governado pelo Grande Líder e sua corte, sejam quais forem os pequeninos erros de detalhe da corte. No melhor dos mundos é evidente que mais ninguém pode governar em lugar do Grande Líder e da sua corte de mandarins. Por quê? Porque o lado contrário, o ignóbil mundo dos que protestam, é unicamente formado pela maldade, pela inveja e, especialmente, pela incompetência. Quem decreta isto? O Grande Líder e sua corte, a história sem fim dos eleitos. Mas como se pode dizer, por exemplo, que os protestadores são incompetentes se ainda não governaram? Pode dizer-se sim, basta a palavra do Grande Líder, a palavra do optimismo. Panglosseanamente falando, a grande onda da optimismo nacional já tinha chegado mesmo antes de ter chegado. Tal como os narizes foram feitos para aguentarem os óculos, o País dos Panglosses foi feito para unicamente ser governado pelo Grande Líder Iluminado e sua faustosa corte.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
Outros elos pessoais
20 julho 2011
Panglossismo (6)
Apesar do que dizem as malévolas e vilãs vozes populares, o Grande Líder sabe muito bem que tudo foi feito para o País dos Panglosses ser o melhor dos países. O País dos Panglosses é, sem qualquer margem para dúvidas sofísticas e anti-panglosseanas, o melhor, estatisticamente cheio de vitórias de ganhos e providências. E por ser o melhor só pode ser governado pelo Grande Líder e sua corte, sejam quais forem os pequeninos erros de detalhe da corte. No melhor dos mundos é evidente que mais ninguém pode governar em lugar do Grande Líder e da sua corte de mandarins. Por quê? Porque o lado contrário, o ignóbil mundo dos que protestam, é unicamente formado pela maldade, pela inveja e, especialmente, pela incompetência. Quem decreta isto? O Grande Líder e sua corte, a história sem fim dos eleitos. Mas como se pode dizer, por exemplo, que os protestadores são incompetentes se ainda não governaram? Pode dizer-se sim, basta a palavra do Grande Líder, a palavra do optimismo. Panglosseanamente falando, a grande onda da optimismo nacional já tinha chegado mesmo antes de ter chegado. Tal como os narizes foram feitos para aguentarem os óculos, o País dos Panglosses foi feito para unicamente ser governado pelo Grande Líder Iluminado e sua faustosa corte.
1 comentário:
Seja bem-vinda (o) ao blogue "Diário de um sociólogo"! Por favor, sugira outras maneiras de analisar os fenómenos, corrija, dê pistas, indique portais, fontes, autores, etc. Não ofenda, não insulte, não ameace, não seja obsceno, não seja grosseiro, não seja arrogante, abdique dos ataques pessoais, de atentados ao bom nome, do diz-que-diz, de acusações não provadas e de generalizações abusivas, evite a propaganda, a frivolidade e a linguagem panfletária, não se desdobre em pseudónimos, no anonimato protector e provocador, não se apoie nos "perfis indisponíveis", nas perguntas mal-intencionadas, procure absolutamente identificar-se. Recuse o "ouvi dizer que..." ou "consta-me que..."Não serão tolerados comentários do tipo "A roubou o município", "B é corrupto", "O partido A está cheio de malandros", "Esta gente só sabe roubar". Serão rejeitados comentários e textos racistas, sexistas, xenófobos, etnicistas, homófobos e de intolerância religiosa. Será absolutamente recusado todo o tipo de apelos à violência. Quem quiser respostas a comentários ou quem quiser um esclarecimento, deve identificar-se plenamente, caso contrário não responderei nem esclarecerei. Fixe as regras do jogo: se você é livre de escrever o que quiser e quando quiser, eu sou livre de recusar a publicação; e se o comentário for publicado, não significa que estou de acordo com ele. Se estiver insatisfeito, boa ideia é você criar o seu blogue. Democraticamente: muito obrigado pela compreensão.
Ora aqui está uma grande parábola, mesmo uma luva para os "panglosses".
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