Prossigo no quarto número do sumário que vos propus, intitulado Ritos de iniciação na Zambéza: nluga e muáli.
Um ponto prévio. Os ritos iniciáticos de ascensão à maturidade foram e são muito mais do que o corte do prepúcio nos rapazes ou a leve incisão no clitóris das raparigas. São processos pedagógicos comunitários destinados a inserir uns e outros na vida adulta. Rigorosamente não são escolas sexuais ou iniciações à orgia.
Segundo ponto prévio. Não creio ser possível tratar do Muáli das raparigas sem tratar do Nluga dos rapazes. Os dois momentos estão ligados. Por isso, apesar do título desta série, procurarei descrever os dois rituais, os quais, não obstante as transformações sofridas, mantêem a sua estrutura nuclear.
Terceiro ponto. O que daqui em diante procurarei descrever não comporta acordo ou desacordo. Mas comporta, absolutamente, a intenção de pôr em causa a descrição do El Mundo, cujo designação é, já de si, descriminatória e ofensiva: "ritos de iniciação sexual em Moçambique".
Vamos lá, então.
A reprodução das comunidades fazia-se e faz-se pelo ingresso de novos membros, educados nas regras clânico-linhageiras através dos ritos iniciáticos (oceteliua/otxetheliwa), localmente chamados Nluga (rapazes) e Muáli (Mwali) (raparigas).
Prossigo mais tarde.
Força!
ResponderEliminarVou ver o que vai dizer das meninas...
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