Outros elos pessoais

14 maio 2011

A "hora do fecho" no "Savana" (edição de 13/05/2011)

Na última página do semanário "Savana" existe sempre uma coluna de saudável ironia que se chama "A hora do fecho". Naturalmente que é necessário conhecer um pouco a alma da vida local para se saber que situações e pessoas são descritas. Deliciem-se com "A hora do fecho" desta semana, da qual ofereço, desde já, um aperitivo:
*Anda grande confusão nas hostes do caju. Os estatísticos não conseguem justificar como é que a “produção” cresceu surpreendentemente de 90 mil para 200 mil toneladas. Na falta de melhor argumento, tenta-se explicar que o consumo interno no informal ronda as 120 mil toneladas, o que é uma grande mentira. Enfim, vivemos agora no universo dos “números políticos”.

2 comentários:

  1. Há uns bons anos atras o nosso PIB cresceu 19%, o maior crescimento mundial nesse ano. Como? alteraram-se as regras, passaram a incluir, e bem, a estimativa do auto-consumo, ou seja: se o camponês comercializa 100 unidades da sua produção e com seu agregado familiar comeu 20, a produção foi de 120. Tudo bem, só que para ser comparável é necessário corrigir os anos anteriores.

    Agora vem o Cajú: uma coisa é a produção comercializada nos sectores formais mais a exportação, outra é o auto-consumo das famílias e o que circula no informal: o somatório dá a produção total.

    Mas, por muito que se queira elevar o PIB, haja moderação, 110 mil toneladas de autoconsumo das famílias produtoras + informal ... é muita fruta.

    Se forem pela via de aumentar a produção este ano para as 200 mil, não se esqueçam de corrigir a base, a produção dos anos anteriores: de contrário estarão a comparar batatas com massalas.

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  2. Numeros politicos, ou rotulos como queiramos. E tal como um jogo de xadrez, o SISTEMA coloca os peoes nos seus devidos lugares um dos nossos maiores especialistas em maquilhagem contabilistica e agora presidente da AMECON...

    E dele a tirada monumental que defende que Mocambique e uma economia solida e estavel. O que me levou a comentar o seguinte:

    "...Encoraja-se sobretudo a desonestidade intelectual, que vai ao ponto de nos dizer que nos últimos oito anos, o saldo do endividamento externo, excluindo os grandes projectos, foi além do dobro, passando de 377,2 milhões de dólares em 2002 para 907 milhões em 2009. E que a dívida global das empresas privadas, excluindo os mega-projectos, aumentou de cerca de 28% do PIB em 2002 para 41,3% em 2009. Concluindo-se que isto indicia a estabilidade macroeconómica que caracteriza o país. Não sou economista, mas dificilmente perceberei se algum deles me disser que um crescente endividamento externo é economicamente próspero e simpático para os demais moçambicanos..."

    De facto, chapeus ha muitos...

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