Prosseguindo a série. O ano passado, greves gerais agitaram a Europa, multidões surgiram nas ruas. Agora, multidões manifestaram-se e manifestam-se em África e no Médio Oriente. Eis seis perguntas de fundo: (1) estamos perante um mesmo tipo de crise?, (2) se sim, que tipo de crise?, (3) que tipo de actores protesta?, (4) os protestos são contra o quê e quem?, (5) quais as características dos protestos?, (6) qual o futuro dos protestos?
Escrevi no número anterior que esta crise não é europeia, asiática, ameríndia ou africana, é uma crise que não é cristã, muçulmana, hindu ou ateia, é uma crise global e independente de continentes, de religiões, de modelos sociais e culturais e de estádios de desenvolvimento, ainda que mais acentuada nos países da periferia. Verdadeiramente estamos perante a senilidade do capitalismo, para usar uma expressão da Samir Amin. E, face à crise, que tipo de actores está na linha da frente dos protestos e das revoltas?
Generalizadamente, na Europa (especialmente em França e no Reino Unido), no norte de África e no Médio Oriente, são jovens que têm estado activos nas manifestações, jovens severamente afectados pela crise do capitalismo, pelo desemprego, pela alta de preços. Muitos desses jovens são formados, têm cursos superiores. Mas, também, foi visível o rosto feminino de muitos manifestantes. Esses jovens (muitos dos quais sem abrigo) e essas mulheres interrogam o futuro, manifestando o seu cansaço face à precaridade laboral, à carestia de vida e aos regimes ditatoriais.
As mulhers foram importantes especialmente na Tunísia e no Egito.
ResponderEliminarO capitalismo não deve ser reformado ou restruturado. Deve ser extinguido tal como se fez com o Nazismo. Nós fomos reduzidos a maquinas de producao, e arrancaram-nos a qualidade de seres humanos.
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