Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
Outros elos pessoais
05 março 2011
A luta política de barricadas interpretativas
4 comentários:
Seja bem-vinda (o) ao blogue "Diário de um sociólogo"! Por favor, sugira outras maneiras de analisar os fenómenos, corrija, dê pistas, indique portais, fontes, autores, etc. Não ofenda, não insulte, não ameace, não seja obsceno, não seja grosseiro, não seja arrogante, abdique dos ataques pessoais, de atentados ao bom nome, do diz-que-diz, de acusações não provadas e de generalizações abusivas, evite a propaganda, a frivolidade e a linguagem panfletária, não se desdobre em pseudónimos, no anonimato protector e provocador, não se apoie nos "perfis indisponíveis", nas perguntas mal-intencionadas, procure absolutamente identificar-se. Recuse o "ouvi dizer que..." ou "consta-me que..."Não serão tolerados comentários do tipo "A roubou o município", "B é corrupto", "O partido A está cheio de malandros", "Esta gente só sabe roubar". Serão rejeitados comentários e textos racistas, sexistas, xenófobos, etnicistas, homófobos e de intolerância religiosa. Será absolutamente recusado todo o tipo de apelos à violência. Quem quiser respostas a comentários ou quem quiser um esclarecimento, deve identificar-se plenamente, caso contrário não responderei nem esclarecerei. Fixe as regras do jogo: se você é livre de escrever o que quiser e quando quiser, eu sou livre de recusar a publicação; e se o comentário for publicado, não significa que estou de acordo com ele. Se estiver insatisfeito, boa ideia é você criar o seu blogue. Democraticamente: muito obrigado pela compreensão.
Há quem se esforce para demonstrar que os ventos não sopram do norte e mesmo que soprem não passarao por esta parte de África. Grandes videntes! Mas o presidente Guebuza diz de frente as coisas!
ResponderEliminar'E positiva a "abertura", do nosso pr, para o dialogo, 'e um "passinho" em frente,
ResponderEliminarDesde de que nao seja "maquilhagem", pois um dialogo sem consideracao por propostas de solucoes, 'e quase um monologo e ate "maquilhagem",
A descredibelidade ainda 'e continuada,
Nada de concreto ainda foi feito, para que a melhoria do dialogo, resulte em consensos de utilidade pratica para a melhoria da situacao social, economica e politica do pais.
E ja que demos "um passinho" em frente, vamos esperar que nao decidimos dar 3 passos pra traz, logo aseguir,
O PR não mentiu. Disse o que é real. O problema é que nem ele, nem o seu executivo fazem para evitar esta situação que, como disse um docente meu, "leve o tempo que levar, há-de fustigar a África-subsariana, visto que a pobreza e a corrupção aumentam de forma assustadora."
ResponderEliminarZicomo
Com efeito, ontem, a mancha branca do MPLA coloriu todas as cidades angolanas, acto que foi antecedido dois dias antes pela convocacao dos reservistas do exercito para reforcar o patrulhamento policial em todos centros urbanos, incluindo tanques de guerra, de acordo com o testemunho de alguns mocambicanos la residentes chegados no voo da LAM desta sexta-feira. Reforcado ainda com rumores de Luanda sobre a intercepcao recente pela marinha angolana de uma embarcacao com bandeira norte-americana, carregada de material belico diverso.
ResponderEliminarFoi uma demonstracao da capacidade mobilizadora e regeneradora que aquele partido, de caracter marxista-leninista, ainda tem. Entre nos, podemos dizer com certo distanciamento que a FRELIMO com Guebuza e de facto um MPLA suave. Como esperado, com toda comunicacao social angolana a merce e ate a anuencia da Oposicao, o MPLA ressuscitou as agruras dos 40 anos de guerra sangrenta e ininterupta, que apenas terminou a escassos dez anos. Alias, quem puder, estude o fenomeno RNA/TPA, caso unico na area dos Mass Media. Unica estacao televisiva. Unica estacao radiofonica, de sinal aberto e a escala nacional. Nao ha contraditorio possivel. E estamos a falar de um pais, oficialmente plural, mas oficiosamente pouco diferente da Coreia do Norte.
Mas nao se pense que os mentores da passeata anti-Zedu nao tem apoiantes. Tem-nos e muitos, inclusive nos da mancha de branco. Em termos sociologicos, foi uma excelente antevisao do que sucedera em Mocambique se algo identico for tentado.
Ficou tambem evidente em Angola que a questao fracturante do Maghreb nao e a mesma da Africa sub-saariana. E ela distingue-se essencialmente nisto:
1-No Maghreb, os impulsionadores sao jovens, curso superior, desempregado e com perspectivas de tomada do poder.
2- Na Africa sub-saariana, os impulsionadores tem sido, jovens, de baixa instrucao, desempregados e com ambicoes de sobrevivencia.
Ora isso e uma diferenca capital. Pois, enquanto aos primeiros nao basta a satisfacao das necessidades primarias sociais (saude, escola, habitacao e seguranca social). Aos segundos, isso seria mais do que o suficiente. Para ja.
So que o problema angolano do modo que se apresenta, rapidamente evoluira para uma situacao identica a do Maghreb. Quem lancou o repto anti-Zedu desta vez, foi a classe media-alta Luandense. Portanto, sao contradicoes no proprio regime, que se empenha em ser dinastico. Eduardo dos Santos caminha para os 70 anos de idade, nao respira de boa saude, logo e tempo de se escolher um sucessor. E ate agora, em Luanda, tem-se visto somente o recurso ao "metodo" Kadhaffi de sucessao. Insuficiente e inedito, segundo os padroes historicos do proprio MPLA.
Portanto, novos ventos soprarao muito em breve em Angola. Mas nao sera amanha, aposto.