Outros elos pessoais

23 março 2011

Luís Mondlane no "domingo" (5)

Continuo pela ordem de entrada das peças referidas no número inaugural desta série.
Subordinada ao título "Não peguei dinheiro nenhum", o semanário "domingo" exibe na sua edição de 20/03/2011 uma extensa entrevista tida como gravada e feita a Luís Mondlane no dia 12 deste mês, da autoria de Jaime Cumbana, ocupando as páginas 20 e 21, com três fotos e um anexo na página 22 concernente à casa 3010 na Avenida Julius Nyerere, aquela que se disse que Mondlane desejava, mas pagando com fundos do Estado.
Prossigo com a entrevista. O entrevistado afirmou que em 2010 iniciou um processo tendente a conhecer os mecanismos administrativos e financeiros do Conselho Constitucional. Várias despesas foram eliminadas - assegurou. Entretanto, no Conselho Constitucional foi-lhe sugerido que arrendasse uma casa para lhe servir de residência. Quem sugeriu isso? - perguntou o jornalista do "domingo". Resposta de Mondlane: "O secretário-geral, naturalmente" (sic). Para ele, a questão central não era pagar rendas, mas "encontrar soluções duradoiras e racionais, no sentido de que pagando algo seria com o objectivo do mesmo se tornar propriedade do Estado". Neste momento, uma vez que cedeu a sua parte contratual, a casa da Nyerere não é dele, mas do Estado. "Quem está a comprar a casa é o Estado". Nunca foi sua intenção fazer dela uma propriedade comprada com fundos do Estado. Quem pode provar isso? O Ministério das Finanças - respondeu Mondlane. Acresce que está em curso - afirmou - o processo para que os juízes-conselheiros também possam ter casas condignas pertencentes ao Estado e geridas pelo Conselho Constitucional. Quanto ao equipamento da casa, é necessário saber que - asseverou Mondlane - "Uma casa é uma casa. Tem de ser minimamente equipada". O dinheiro para aquisição da cada não veio do Conselho Constitucional, mas do Ministério das Finanças, era necessário reabilitar a casa, que ficava numa zona com capim alto e cobras, era preciso fazer limpeza, pinturas, etc.
(continua)
Adenda: de acordo com o "Notícias" de hoje, Luís Mondlane comunicou formalmente ontem ao Conselho Constitucional a sua indisponibilidade para ser ouvido pela comissão de inquérito. Conheça a argumentação aqui.

2 comentários:

  1. Curiosa posição de não querer ser ouvidos pelos pares do CC.

    ResponderEliminar
  2. Não é necessariamente não querer ser ouvido, não querer ser ouvido sem o aval do CSMJ. Estou curioso é em saber qual será o posicionamento do tal CSMJ

    ResponderEliminar

Seja bem-vinda (o) ao blogue "Diário de um sociólogo"! Por favor, sugira outras maneiras de analisar os fenómenos, corrija, dê pistas, indique portais, fontes, autores, etc. Não ofenda, não insulte, não ameace, não seja obsceno, não seja grosseiro, não seja arrogante, abdique dos ataques pessoais, de atentados ao bom nome, do diz-que-diz, de acusações não provadas e de generalizações abusivas, evite a propaganda, a frivolidade e a linguagem panfletária, não se desdobre em pseudónimos, no anonimato protector e provocador, não se apoie nos "perfis indisponíveis", nas perguntas mal-intencionadas, procure absolutamente identificar-se. Recuse o "ouvi dizer que..." ou "consta-me que..."Não serão tolerados comentários do tipo "A roubou o município", "B é corrupto", "O partido A está cheio de malandros", "Esta gente só sabe roubar". Serão rejeitados comentários e textos racistas, sexistas, xenófobos, etnicistas, homófobos e de intolerância religiosa. Será absolutamente recusado todo o tipo de apelos à violência. Quem quiser respostas a comentários ou quem quiser um esclarecimento, deve identificar-se plenamente, caso contrário não responderei nem esclarecerei. Fixe as regras do jogo: se você é livre de escrever o que quiser e quando quiser, eu sou livre de recusar a publicação; e se o comentário for publicado, não significa que estou de acordo com ele. Se estiver insatisfeito, boa ideia é você criar o seu blogue. Democraticamente: muito obrigado pela compreensão.