No número anterior disse que um dos instrumentos mágicos mais usados e globalizados graças aos esforços das instâncias capitalistas hegemónicas é a chamada luta contra a pobreza. E deixei esta pergunta: qual o real significado desse luta? Estão os gestores mundiais do sistema realmente preocupados com a pobreza em si, com o sofrimento dos pobres, tem o sistema a alma da genuína misericórdia em meio a tanta publicidade populista? A resposta é não. O que os gestores do sistema (falo do sistema e não de pessoas) procuram não é diminuir o sofrimento dos pobres, mas diminuir e, se possível, eliminar, o questionamento da ordem social regida pela lógica do Capital e do lucro. Lucro? Para dizer as coisas com a forma irónica do escritor norte-americano Elwyn White, "o problema com o sistema de lucro sempre foi ser substancialmente pouco lucrativo para a maioria das pessoas."
Prossigo mais tarde.
(continua)
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