Outros elos pessoais

12 janeiro 2011

Notas sobre eleições (4)

No número inaugural desta série escrevi haver quatro perguntas que poderiam ser feitas a propósito de eleições, a saber: 1. O que é que se disputa nas eleições?; 2. Quando surgem?; 3. São a coluna vertebral da democracia?; 4. São um risco para a democracia?
Vamos lá então à segunda questão.
Quando surgem as eleições (no sentido desta série)? Surgem um pouco aqui e acolá, de forma isolada em períodos recuados, um pouco mais sistematicamente a partir do século XIX e de forma mais generalizada a partir da segunda guerra mundial. Em África são ainda muito recentes, a sua generalização data dos anos 80. Com estruturas e ritmos diferenciados, mas sempre muito lentos e cheios de sinuosidades e  de fracassos, as eleições surgiram quando, na luta política - esta, a minha hipótese - , se tornou possível passar dos combates militares para os combates de ideias, dos músculos e das armas para as palavras, inicialmente a nível urbano, mais tarde também a nível rural. O percurso, extremamente complexo, consistiu em levar os adversários políticos a aceitar a rotatividade condutora no poder através dos votos, a aceitar a derrota temporária, a crer (no caso dos derrotados) numa espécie de vitória adiada. Guerra vedada, palavra desfraldada.
Prossigo mais tarde.
(continua)
Adenda: a qualquer momento posso introduzir alterações no texto.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Seja bem-vinda (o) ao blogue "Diário de um sociólogo"! Por favor, sugira outras maneiras de analisar os fenómenos, corrija, dê pistas, indique portais, fontes, autores, etc. Não ofenda, não insulte, não ameace, não seja obsceno, não seja grosseiro, não seja arrogante, abdique dos ataques pessoais, de atentados ao bom nome, do diz-que-diz, de acusações não provadas e de generalizações abusivas, evite a propaganda, a frivolidade e a linguagem panfletária, não se desdobre em pseudónimos, no anonimato protector e provocador, não se apoie nos "perfis indisponíveis", nas perguntas mal-intencionadas, procure absolutamente identificar-se. Recuse o "ouvi dizer que..." ou "consta-me que..."Não serão tolerados comentários do tipo "A roubou o município", "B é corrupto", "O partido A está cheio de malandros", "Esta gente só sabe roubar". Serão rejeitados comentários e textos racistas, sexistas, xenófobos, etnicistas, homófobos e de intolerância religiosa. Será absolutamente recusado todo o tipo de apelos à violência. Quem quiser respostas a comentários ou quem quiser um esclarecimento, deve identificar-se plenamente, caso contrário não responderei nem esclarecerei. Fixe as regras do jogo: se você é livre de escrever o que quiser e quando quiser, eu sou livre de recusar a publicação; e se o comentário for publicado, não significa que estou de acordo com ele. Se estiver insatisfeito, boa ideia é você criar o seu blogue. Democraticamente: muito obrigado pela compreensão.