Extracto do editorial do "Savana" de 14/01/2011: "Uma enorme genuflexão marca o reconhecimento do regime pelo artista maior de Moçambique em mais de quatro décadas. O coração de Malangatana parou de bater nos primeiros dias deste ano, ironicamente no país que sempre o acolheu de braços abertos, mesmos que os cardeais do regime, em outras épocas, o questionassem de tais afectos. Esta foi apenas uma das facetas de Malangatana, um anónimo apanha bolas” nos “courts” de ténis da elite colonial, catapultado para o estrelato mundial graças à sua enorme genialidade. O pintor de monstros, fantasmas e sonhos na grande noite colonial, pela sua ousadia, por ser um homem de causas também foi parar à cadeia no tempo do colono, como o foi Craveirinha e Luís Bernardo Honwana. Mas depois da independência, uma vez mais ironicamente, as frequentações do passado, a fama granjeada, levaram-no ao processo sumário na Pousada dos Caminhos de Ferro, conhecido como o processo dos ex-PP (ex-prisioneiros políticos), um processo muito comum nos movimentos de libertação com uma ala externa devotada à luta armada e uma ala interna fazendo trabalho político e sindical."
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