Mais um pouco desta série (mapa em epígrafe do Spiegelonline aqui, pode também ver um outro mapa elaborado pelo Guardian aqui), através da qual podemos verificar quantos inesperados inquilinos habitam a democracia de rosto fulgurante.
4. WikiLeaks e ciberactivismo (continuidade deste ponto do sumário). Escrevi anteriormente que, em função dos eixos de luta ciberactiva que apresentei, há cinco perguntas a ter em conta: pode o WikiLeaks ser considerado (1) um movimento terrorista?; (2) um movimento anarquista?; (3) um movimento social?; (4) o equivalente ou o substituto electrónico dos protestos sociais clássicos de rua?; (5) traduz o movimento a transição para um novo mundo?
Tento, de seguida, responder à quinta e última pergunta.
Estamos, na realidade, em transição para um novo mundo, um mundo que guarda ainda os pedais do presente mas que embraia já no futuro, um futuro com os pressupostos dos mundos de ficção científica criados por George Orwell e Aldous Huxley, digamos que um futuro de seres bionicamente produzidos e controlados, o futuro afinal de um certo Matrix e das tecnologias panópticas. Certa gente desejará pensar num futuro domesticado, sem protestos sociais, no qual a democracia poderá ser, apenas e definitivamente, uma pequena memória temerosa e envergonhada face a uma multidimensional ditadura cientificamente programada e aplicada. Todavia, quero crer, esse futuro será também habitado por ciberquestionadores.
A série deverá terminar no próximo número.
A série deverá terminar no próximo número.
(continua)
Adenda: uma versão melhorada desta série poderá vir a ser publicada num jornal local.
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