Observei longamente: creio que era o avô, andava com dificuldade, o seu rosto tinha pegadas de dor, inicialmente hesitei entre senti-lo muito idoso ou triste por ser idoso; com ele, mas sempre sem ele seguindo seu destino enorme de vida que não cabia em seu pequeno corpo, estava creio que uma neta. Então, temos um avô preocupado com uma neta que era o futuro sem pausa e uma neta sabendo - algo aborrecida - que o avô merecia a atenção formalmente condescendente que é suposto os idosos merecerem. No fim, decidi pensar o seguinte: o problema do avô não era que a neta fosse irrequieta, o problema do avô era ter perdido a possibilidade de ser irrequieto e de possuir o futuro vivo na mão.
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