Para o discurso sempre igual de governos e oposições (ambos os lados operando no mesmo molde analítico ainda que divergindo nos resultados), nada melhor do que estudar o que significam pobreza e pobres para o artífice de semelhante tipo de discurso, o Banco Mundial (no nosso caso, não é menos importante analisar a produção da categoria de preguiça). A categoria "pobreza"nas formulações de política social do Banco Mundial - eis o título de um trabalho da autoria de Vivian Dominguez Ugá, razão de ser da série. Extractos: "O “mundo do trabalho” sofre (...) uma transformação. O que antes constituía uma classe social (composta por trabalhadores “empregados” e “desempregados”) agora forma um conjunto de indivíduos atomizados: os “competitivos” e os “incapazes” (pobres). (...) O pobre é o indivíduo incapaz, que não consegue – ou não garante – o seu emprego e nem mesmo a sua subsistência. Consequentemente, a pobreza acaba sendo vista como um fracasso individual daquele que não consegue ser competitivo. Assim, de acordo com as propostas do Banco Mundial, é desse pobre que o Estado deve cuidar. Com os outros indivíduos – os competitivos –, ele não precisa se preocupar, pois são capazes de garantir seu próprio sustento. É aos pobres, então, que a política social deve (e passa a) estar voltada. (...) Se, por um lado, esse tipo de política reforça a idéia de atomização e competitividade entre os indivíduos, por outro legitima a existência e a implantação de um Estado mínimo no campo social – e contribui, portanto, para a tentativa de destruição da democracia social alcançada pelo Estado de Bem-estar Social (...)." Texto completo aqui.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
Outros elos pessoais
22 outubro 2010
Pobreza e pobres para o BM (2)
Para o discurso sempre igual de governos e oposições (ambos os lados operando no mesmo molde analítico ainda que divergindo nos resultados), nada melhor do que estudar o que significam pobreza e pobres para o artífice de semelhante tipo de discurso, o Banco Mundial (no nosso caso, não é menos importante analisar a produção da categoria de preguiça). A categoria "pobreza"nas formulações de política social do Banco Mundial - eis o título de um trabalho da autoria de Vivian Dominguez Ugá, razão de ser da série. Extractos: "O “mundo do trabalho” sofre (...) uma transformação. O que antes constituía uma classe social (composta por trabalhadores “empregados” e “desempregados”) agora forma um conjunto de indivíduos atomizados: os “competitivos” e os “incapazes” (pobres). (...) O pobre é o indivíduo incapaz, que não consegue – ou não garante – o seu emprego e nem mesmo a sua subsistência. Consequentemente, a pobreza acaba sendo vista como um fracasso individual daquele que não consegue ser competitivo. Assim, de acordo com as propostas do Banco Mundial, é desse pobre que o Estado deve cuidar. Com os outros indivíduos – os competitivos –, ele não precisa se preocupar, pois são capazes de garantir seu próprio sustento. É aos pobres, então, que a política social deve (e passa a) estar voltada. (...) Se, por um lado, esse tipo de política reforça a idéia de atomização e competitividade entre os indivíduos, por outro legitima a existência e a implantação de um Estado mínimo no campo social – e contribui, portanto, para a tentativa de destruição da democracia social alcançada pelo Estado de Bem-estar Social (...)." Texto completo aqui.
2 comentários:
Seja bem-vinda (o) ao blogue "Diário de um sociólogo"! Por favor, sugira outras maneiras de analisar os fenómenos, corrija, dê pistas, indique portais, fontes, autores, etc. Não ofenda, não insulte, não ameace, não seja obsceno, não seja grosseiro, não seja arrogante, abdique dos ataques pessoais, de atentados ao bom nome, do diz-que-diz, de acusações não provadas e de generalizações abusivas, evite a propaganda, a frivolidade e a linguagem panfletária, não se desdobre em pseudónimos, no anonimato protector e provocador, não se apoie nos "perfis indisponíveis", nas perguntas mal-intencionadas, procure absolutamente identificar-se. Recuse o "ouvi dizer que..." ou "consta-me que..."Não serão tolerados comentários do tipo "A roubou o município", "B é corrupto", "O partido A está cheio de malandros", "Esta gente só sabe roubar". Serão rejeitados comentários e textos racistas, sexistas, xenófobos, etnicistas, homófobos e de intolerância religiosa. Será absolutamente recusado todo o tipo de apelos à violência. Quem quiser respostas a comentários ou quem quiser um esclarecimento, deve identificar-se plenamente, caso contrário não responderei nem esclarecerei. Fixe as regras do jogo: se você é livre de escrever o que quiser e quando quiser, eu sou livre de recusar a publicação; e se o comentário for publicado, não significa que estou de acordo com ele. Se estiver insatisfeito, boa ideia é você criar o seu blogue. Democraticamente: muito obrigado pela compreensão.
A defenicao do pobre como incapaz, 'e pobreza de defenicao.
ResponderEliminarE a ajuda ao pobre nao 'e so dar a esmolinha, mas acima de tudo criar condicoes de forma que o pobre se torne capaz, nao porque ele 'e incapaz por natureza, mas por foi tornado incapaz por politicas erradas e discriminatorias.
Se o crescimento economico 'e fundamentado pelo consumo, 'e tambem um erro do Banco Mundial nao focalizar os recursos para impulcionar o consumo onde existe maior necessidade, obviamente nas comunidades mais pobres, isso implicaria um investimento no pobre, que so 'e possivel se os detentores do poder, tiverem uma visao mais alargada da competividade para diferentes estratos sociais,
'E muita descriminacao, dizer que competitividade 'e qualidade e possibelidade apenas do nao pobre. 'E essa discriminacao que perserva a pobreza no mundo, a incapacidade ai nao 'e do pobre, mas do Banco Mundial, que se auto-intitula rico, sendo estremamente pobre nas sua visao e defenicao da pobreza e como consequencia, na determinacao de politicas para acabar com pobreza no mundo.
Percebe-se agora as razoes de manuntencao de indicadores economicos desajustados em paises pobres, pois pretende-se justificar crescimento sem avaliar a distribuicao da riqueza e com isso tornar os competitivos mais competitivos e os pobres mais pobres, numa clara politica capitalista e nao social.
Uns porque nasceram competitivos tem direito ao investimento e outros que nasceram "incapazes" levam com uma esmolinha quando se pretende lavar a imagem. E isso como se competitivos tivessem nascido geneticamente especiais com competicao no sangue.
O Banco Mundial devia de ter gente mais seria a trabalhar na pobreza, na sua propria pobreza e na dos pobres tambem.
Á pouco analizando com um primo (foi para a europa central por causa da guerra/levantamentos de 1895/96) os comentarios ao dr Ivo Garrido e a politica de bons Hospitais centrais(lembrei-me que o meu primo esta a construir um prototipo de giricoptro para um sr sul africano e )perguntei-lhe se ele não conseguiria desenhar e desenvolver um que para alem dos dois lugares e por detras deles leva-se uma maca, ele lá muito contrariado(tipo lá vem ele arranjar lenha outra vez)disse que sim. giricoptro
ResponderEliminarLicensa em vez de brevet
facil manutenção
levanta e poisa em menos de 100m
autonomia para 400/500km
baixo consumo
ps- o meu primo trabalha com o seu salario investe neste equipamento.
acredita que ao produzir esta aeronave e divulga-la vai democratizar a aviação.
messenas.
consegue-se construir um giricoptro muito barato
levar medicamentos e medico aos postos mais longinquos.
Apesar de ser de origem indiana de ter nascido no Suriname com nacionalidade europeia ele ainda é um pouquito Moçambicano(a mãe é mais) poderia ser que ele disponibiliza-se o conhecimento e o saber para ai de borla e a assistencia e a licensa atravez da africa do sul. não sei foi só um pensamento mais para terminar o raciocinio do dr Ivo Garrido e dos Hospitais centrais e dos postos de saude locais.
Sempre é melhor mandar vir gente com a possibilidade de repartir os lucros e prepectuar a miseria em vez de construir pontes legitimas e de futuro atraves do
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