Outros elos pessoais

17 outubro 2010

O mundo

Tomar o mundo pelas ideias e pelas representações que dele se fazem; as relações sociais e a história transformadas no "espírito", na "universalidade", na "intersubjectividade" - um método sempre presente na sacola de muitos, dos que acreditam que - como escreveu um dia Karl Marx - o simples raciocínio mudará a realidade social.

4 comentários:

  1. A relação entre o poder transformador do subjetivo e o poder transformador de forças e condições materiais, das estruturas, continua sendo uma questão em aberto. O Marxismo acentuou o determinismo das forças materiais, mas também se valeu da enorme foça das ideias e fez uso da ideologia como instrumento de mudança.
    Na época, tornou-se difícil discutir ou questionar essa relação e navegar por outras águas sem ser considerado burguês / reacionário / revisionista. Talvez tenha sido um dos erros que produziram muita intolerância - e uma ilusão.
    Como conciliar a descrença na subjetividade com o ideia - colhendo uma frase aqui mesmo desse blog - de que "A mais potente arma nas mãos do opressor é a mente do oprimido"?
    Acho que as tentativas de extrair uma "teoria geral" aplicável a todos os casos, para realidades muito complexas, pode distorcer a ciência como possibilidade de pensar e aproximar o trabalho científico de uma arma política. Há casos em que não se pode prescindir do poder da subjetividade, há instâncias emque se deve operar com a "realidade social".

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  2. E por que esconde toda a sua imensa sabedoria no anonimato?

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  3. A historia da "teoria geral " é classica, como classico é o anonimato burguês. Moçambique precisa de um Rafael Marques de Morais para tirar a cortina que resguarda os acomodados das teorias e dos subjectivos.

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  4. No comentário feito acima, não pretendi negar valor à crítica feita aos que acreditam que "o simples raciocínio mudará a realidade social", nem tomar partido em favor do subjetivismo (contestando posições marxistas) - mas gosto de evitar passividade ante os postulados marxistas em que fui educado e formado.
    O que proponho é que a relação entre esses dois pólos possa ter explicações muito interessantes e menos mecânicas - mas, vá lá, já fui chamado de burguês, como previa (e provavelmente sou)...
    Na verdade nem sei a que se referiu o texto que abre essa série, mas levantou uma questão que me inquieta.
    (tenho meus motivos para continuar anônimo em público, mas certamente adoraria defender idéias em boa tertúlia ao vivo).

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