Outros elos pessoais

23 setembro 2010

Taxas de juro, inflação e paradoxo económico

Ficheiro em inglês aqui e ficheiro em português (entrevistas com os economistas Prakash Ratilal e Dipac Jaintilal) aqui.Free Translation

6 comentários:

  1. Uma vez mais, confirma-se que os maiores inimigos do Povo de Mocambique estao no poder. Portanto, face ao que temos visto. A oposicão pode muito bem ir de ferias...e esperar que os "outros" se auto-fagocitem!

    Sabias intervencoes dos nossos gurus da Economia. Da ECONOMIA, diga-se. E apenas disso. Diria mesmo profundas. Mas que pecam normalmente por destacar os efeitos ao pormenor, e nao seguirem o mesmo procedimento para as causas.

    Recordando a minha "Biblia", ja partilhada neste blog. No actual desenho (RATING) do sistema financeiro internacional, qualquer pais do MUNDO deve saber que esta sujeito a isto:

    "...Como os mercados emergentes geram a maior parte da oferta e demanda global, as empresas precisam de melhores métodos para pesar o risco político face a recompensa financeira.

    Para ponderar os perigos e oportunidades, empresas ou empreendimentos estrangeiros regularmente consultam os analistas de risco económico. Mas, basear suas decisões de investimento global em dados económicos, sem compreender o contexto político é como basear as decisões da nutrição sobre a contagem de calorias sem examinar a lista de ingredientes.
    São exemplos de risco político, amplamente definido como impacto da política sobre os mercados. O risco político é influenciado pela aprovação de leis, as asneiras dos líderes, e a explosão dos movimentos populares, enfim, todos os factores que podem estabilizar ou desestabilizar politicamente o país. O significado de qualquer risco dado , é claro, depende do contexto da decisão de investimento.

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  2. a) A política é assunto de todos. Existem quatro razões principais:
    1 - Em primeiro lugar, os mercados internacionais estão mais interligados do que nunca;
    2-Em segundo lugar, para o bem ou para o mal, os Estados Unidos tornaram o mundo num lugar mais volátil, mudando os cálculos de risco em todos os lugares desde o 11 de Setembro;
    3-Em terceiro lugar, a tendência é crescente do offshoring. Negócios deslocalizando algumas operações para países onde o trabalho é barato, mas o trabalho é barato por alguma razão;
    4-Em quarto lugar, o mundo está cada vez mais dependente da energia oriunda de países com problemas de considerável risco político como a Arábia Saudita, Irão, Nigéria, Rússia e Venezuela etc.
    b) O que a economia é incapaz de dizer.
    Análise económica de risco e a análise de risco político, duas questões fundamentalmente diferentes. Análise de risco económica diz aos líderes empresariais se um determinado país PODE pagar sua dívida. Análise de risco político lhes diz se o país PAGARÁ sua dívida.
    c) Resistência contra choques
    Tanto na Rússia como no Brasil, analistas políticos concentram-se na análise de como uma mudança na liderança específica afectará a estabilidade do país, que é a unidade de medida de risco político. A estabilidade de uma nação é determinada por duas coisas: a capacidade dos líderes políticos para implementar as políticas que eles desejam, mesmo no meio de choques e à sua capacidade de evitar choques de geração própria. Um país com mais recursos será sempre muito mais estável do que um país com apenas um (Petróleo, Gás, etc.). Países que nem os têm serão os mais vulneráveis ao risco político. Caso de Moçambique.
    Choques em si, são um outro conceito importante do risco político. Eles podem ser internos (manifestações no Egito, uma transferência de poder político em Cuba) ou externos (milhares de refugiados que fogem da Coreia do Norte para a China, o tsunami no Sudeste Asiático). A presença de choques per si, não é um sinal de instabilidade. A Arábia Saudita, por exemplo, tem produzido inúmeros choques ao longo dos anos, mas até agora tem sustentado o tremor. E provavelmente continuará a sê-lo, pelo menos no curto prazo: a nação é construída sobre os problemas políticos e religiosos, mas o seu forte controle autoritário e bolsa generosa permitem a elite saudita se adaptar a mudanças dramáticas. Caso de Angola também.
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  3. d) Risco em números

    Especulação sobre os resultados destes e de outros cenários aparece em inúmeras publicações, mas as empresas que debatem investimentos operacionais e infra-estrutura no exterior precisam de mais objectividade, avaliações rigorosas, do que aquelas encontradas nas páginas de op-ed. Empresas podem comprar serviços de consultoria de risco político ou, como Shell e a AIG, desenvolver a capacidade in-house. De qualquer forma, uma visão completa e precisa do risco de qualquer país requer analistas com fortes competências relatar, em tempo oportuno, dados precisos sobre uma variedade de tendências sociais e políticas, e uma estrutura para avaliar o impacto dos riscos sobre a estabilidade individual.

    e) os Analistas.
    A Politica jamais é estática (pessoas como o sr. Meque da Zambézia deviam saber isso), e os analistas de risco devem ser capaz de monitorizar a história de uma nação. Normalmente, significa estar no terreno, no país. E, no caso de um regime particularmente fechado, isso pode significar estar lá muito mais tempo. Algumas informações são publicadas nos relatórios oficiais ou na media, mas os analistas vão reunir mais de sua inteligência a partir de fontes primárias: os jornalistas bem conectados na imprensa local e estrangeira, actuais e ex-decisores de nível médio, e claro, os especialistas think tank. Logo, quanto mais opaco o regime, logo mais complexa a análise, logo mais tempo de decisão. Quanto maior o tempo de decisão, menor o investimento. Causa e efeito.
    As empresas devem ter em mente que a análise política é muito mais subjectiva e, consequentemente, mais vulneráveis ao preconceito do que suas contrapartes económicas. Um perigo é que os analistas com as suas próprias opiniões políticas podem visualizar suas pesquisas através do seu ecran filosófico particular, e com isso, chantagear o líder de um pais, digo eu...

    f) Os dados.

    Devido à sua natureza, as variáveis de risco político são mais difíceis de medir do que as variáveis económicas (embora em alguns países, como China e Arábia Saudita, até mesmo a fiabilidade dos governos apresentando dados económicos é uma questão em aberto). Política, afinal, é influenciada pelo comportamento humano e da confluência súbita de eventos para os quais não existem calibragens directas.

    Para quantificar com precisão o risco político, os analistas necessitam de "proxies" para suas variáveis. Em vez de tentar medir a independência do poder judiciário de uma nação, por exemplo, os analistas podem determinar se os juízes de um determinado país são pagos com um salário minimamente aceitável, se existem programas financiados para informá-los sobre a nova legislação, e se e como, muitas vezes eles são alvo de assassinato. Os analistas de risco político também estudam o percentual de crianças que frequentam regularmente a escola, ponderam como os salários da polícia e dos militares, comparando-os com as oportunidades fianceira do crime, e o quantum de acesso aos cuidados médicos está disponível em cidades com populações acima de 10.000 a 50.000 pessoas. Eles olham para as estatísticas como a taxa de desemprego entre pessoas com idades entre 18 e 29 e determinam quantos deles estão na prisão. E, claro, eles acrescentam variáveis económicas para aprimorar a mistura: a renda per capita, balanço de pagamentos, e a dívida nacional.

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  4. g) O Quadro.

    Diferentes empresas e consultorias têm diferentes métodos para medir e apresentar dados sobre estabilidade. Mas, quase sempre os indicadores estão organizados em quatro subcategorias igualmente ponderadas: governo, sociedade, segurança e economia. Avaliações para todas as quatro sub-categorias estão agregadas em um único indicador composto de avaliação da estabilidade, que se expressa como um número numa escala de zero a 100 a partir da qual, um estado falhado é considerado falhado, até para uma plena democracia institucionalizada e estável. Para se ter uma ideia, em Março de 2005 (ainda com Chissano), Moçambique ocupava a franja dos 20-39 - País Instável Politicamente - baixamos alguns pontos desde então...

    h) Depois de saber os Ques e Porques
    Como as empresas aplicam essa análise, obviamente, depende da sua indústria, a estratégia e perfil de tolerância ao risco. Por necessidade, as empresas do sector de energia, por exemplo, têm demonstrado uma alta tolerância ao risco, com base em técnicas de mitigação para gerenciar sua exposição. Em contrapartida, a indústria ligeira (e eu destacaria a agro-alimentar) e médias empresas em cadeias de suprimentos industriais tendem a esperar a sua hora vendo como a situação está a evoluir. E as corporações farmacêuticas ficam geralmente muito mais longe de investir, quando apresentados com infra-estrutura e riscos de propriedade intelectual. Recordo-vos o destino de muitas indústrias farmacêuticas em Moçambique, incluindo a famosa fabrica de Anti-Retrovirais...
    Empresas desejosas em assumir compromissos em nações instáveis devem dar prioridade, a longo prazo, à questões relacionadas com a demografia e recursos naturais, por exemplo, para a tomada de decisões. Em maio de 2004, a Sumitomo Chemical do Japão concordou em formar uma joint-venture de 4300000000 dólares com a Saudi Aramco para construir uma grande fábrica petroquímica em Rabigh na Arábia Saudita. A fábrica nunca esteve programada para abrir antes 2008, porque a Sumitomo é particularmente vulnerável às tendências demográficas causadoras do êxodo de talentos técnico locais para outras paragens e o desemprego dos jovens.

    A tolerância de risco da Sumitomo já foi testada por extremistas islâmicos, com o rapto e decapitação de estrangeiros que fazem negócios no país. Mas quando a violência e a corrupção dominam as paragonas dos jornais, ela é super-estimada como risco de curto prazo..."

    Por isso é que a ECONOMIA não é mais uma ciência exacta!

    Portanto, seja voce o JUIZ caro leitor. Mas entretanto, continuam a ser validas as sugestoes dos nossos gurus Ratilal & Jantilal e as minhas publicadas no Jornal NOTICIAS.

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  5. Vamos a ver se, por exemplo, os economistas reagem.

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  6. O Professor tem razao,

    Vamos ver se os economistas reagem, alguns muitas vezes parecem embalsamados, 'e possivel que seja dos canudos,

    Na avalicao de risco Mocambique nao da garantias nenhumas, na promocao do investimento nacional e emprego, os empresarios que nao tem ligacoes ao partido no poder, tem todo tipo de limitacoes e riscos, incluindo de usurpacao de propriedade intellectual, nao aprovacao de projectos sociais sem suborno e a nao emissao de passaportes como forma de pressao.

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