Adenda às 20:05: creio que o locutor terá dito "para confirmação do valor comercial".
Adenda 2 às 20:22: não foz do Rovuma, mas bacia sedimentar do Rovuma, no alto mar - correcção de um leitor.
Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
Seja bem-vinda (o) ao blogue "Diário de um sociólogo"! Por favor, sugira outras maneiras de analisar os fenómenos, corrija, dê pistas, indique portais, fontes, autores, etc. Não ofenda, não insulte, não ameace, não seja obsceno, não seja grosseiro, não seja arrogante, abdique dos ataques pessoais, de atentados ao bom nome, do diz-que-diz, de acusações não provadas e de generalizações abusivas, evite a propaganda, a frivolidade e a linguagem panfletária, não se desdobre em pseudónimos, no anonimato protector e provocador, não se apoie nos "perfis indisponíveis", nas perguntas mal-intencionadas, procure absolutamente identificar-se. Recuse o "ouvi dizer que..." ou "consta-me que..."Não serão tolerados comentários do tipo "A roubou o município", "B é corrupto", "O partido A está cheio de malandros", "Esta gente só sabe roubar". Serão rejeitados comentários e textos racistas, sexistas, xenófobos, etnicistas, homófobos e de intolerância religiosa. Será absolutamente recusado todo o tipo de apelos à violência. Quem quiser respostas a comentários ou quem quiser um esclarecimento, deve identificar-se plenamente, caso contrário não responderei nem esclarecerei. Fixe as regras do jogo: se você é livre de escrever o que quiser e quando quiser, eu sou livre de recusar a publicação; e se o comentário for publicado, não significa que estou de acordo com ele. Se estiver insatisfeito, boa ideia é você criar o seu blogue. Democraticamente: muito obrigado pela compreensão.
Boas notícias, espero que a confirmação seja positiva.
ResponderEliminarMaria Helena
Caro Professor,
ResponderEliminarEscrevo para fazer algumas observacoes:
Os hidrocarbonetos ocorrem em Bacias sedimentares (Depressoes onde se da a acumulacao de sedimentos.
Neste contexto quando se refere a Bacia do Rovuma, nao se esta a referir a Bacia hidrografica do Rio Rovuma mas sim a Bacia Sedimentar do Rovuma - apesar de terem o mesmo nome correspondem a entidades geologicas diferentes.
Mais, se verificar a posicao dos furos da Anadarko, vera que estes nao se localizam foz do rio Rovuma, estao mais para Sul e em alto mar.
Ihhh,
ResponderEliminarParece que vem mais problemas por ai,
Ha hipopotamos com vontade de ficar maiores,
Satisfeito, mas cauteloso.
ResponderEliminarUm historiador moçambicano que vivia (não sei se ainda é vivo) na Dinamarca, Elísio Martins, dedicou uma obra "Portugal e Capital Multinacional em Moçambique" de 1973, a esmiuçar este assunto do petróleo.
Ele foi até mais longe. Chegou a levantar hipóteses, baseadas também em enigmáticos estudos da Gulf-Oil se não estou em erro, de que haveria ouro negro nas imediações de Marracuene(!), Banco de Sofala (supostamente explorado pela Rodésia do Sul) e logicamente no Rovuma, embora sempre se dissesse que a qualidade do crude encontrado em Moçambique nunca tivesse sido coisa alguma. De facto, há imensas jazidas de gás natural, que corresponde a um dos estágios anteriores do crude. Mas há crude na Tanzania. Assim com há carvão mineral em Tete, pese embora não se vejam muitos diamantes lá. No entanto, no Zimbabwe, há e dos bons. Nestas coisas do petróleo, não nos basta a dedução. É preciso ter a certeza.
Sobre as duas primeiras hipóteses de Martins, continuo céptico, já a última, é quase uma certeza. Não seria por acaso que Nacala se haveria de tornar para a US Navy um porto de acostagem importante de um momento para o outro, com Diego Garcia alí tão perto...
Estou também receoso, porque a descoberta de petróleo produz sempre uma inflexão na política externa dos EUA, que passa a ser mais branda em relação às democracias musculadas. Vide o caso da Guiné-Equatorial ou mesmo da Nigéria como paradigmas. Exemplos daquilo que Machado da Graça um dia apelidou de democracia com cheirinho a petróleo, que queimam as liberdades no fogo da sua combustão...
Tenho os 2 livros de Elísio Martins, comprados na Beira em 1974.O último parágrafo do seu texto é muito importante.
ResponderEliminarApenas um parentese.
ResponderEliminarQuando o Governador de Angola informou a Salazar que tinha sido descoberto petroleo em Angola, o ditador respondeu-lhe: agora é que estamos lixados.
De facto, os americanos acabaram com o regime ditatorial em Portugal. Fonte: JHS.
A mesma coisa digo em relacao a Moçambique. Mal surgiram informaçoes de reatamento das adormecidas minas de carvao de Moative vimos tantos dirigentes aposentado, com excepcao de Jorge Rebelo, a querer meter a mao no negocio. O povo de Moatize que nunca tinha visto um jacto aterrar no distrito vi pela primeira vez tantos jactos. Portanto, o negocio ficou fechado entre os homens do Sistema. O povo? Ficou a chupar o dedo, sempre.
Agora é o petroleo. Nao estou contra. Pelo contrario é uma bboa noticia para Moçambique. Mas...Vem ai mais uma saga. Os ricos vao ficar mais ricos, os pobres cada vez mais pobres. Que ninguem se engane: para que o povo beneficiasse desse petroleo tinha antes que tirar vantagens do Vale do Zambeze, da HCB, das areias pesadas de Moma, etc. Tudo isto é uma miiragem.
Portanto, também estou cauteloso.
Zicomo
Se bem que já estranhava as súbitas parecerias militares com americanos confusos. estamos linchados mesmo
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