Outros elos pessoais

27 agosto 2010

Greve da função pública na África do Sul: actualização por João de Sousa

O jornalista João de Sousa da Rádio Moçambique, sedeado na África do Sul, acaba de me enviar o seguinte despacho actualizador da greve da função pública naquele país: "Na África do Sul a solução para os problemas da actual greve geral dos funcionários públicos passa agora por negociações com o ANC, ao mais alto nível. O anúncio foi feito há momentos pelo Presidente da COSATU, Sidumo Dlamini. Esta greve está a provocar problemas de ordem vária. Há doentes portadores de HIV/SIDA que não recebem o seu tratamento diário. A interrupção dos serviços da Administração Interna está a impedir que as pessoas possam viajar para o exterior, devido à não emissão de passaportes e está a criar problemas a quem tenha de realizar os funerais dos seus familiares, porque não estão a ser emitidas certidões de óbito. A Central Sindical aponta o dedo acusador ao Governo, à existência duma elite política corrupta que beneficia de negócios ilicitos para aumentar o seu poder económico em detrimento da resolução dos problemas essenciais dos trabalhadores e considera que não estar a ser observados os principios básicos definidos no Congresso do ANC de Polokwane que em 2007 levou Jacob Zuma ao poder."

8 comentários:

  1. A partir deste retrato despachado por João de Sousa (homem de coração de ouro) da RM, volto então a pedir de alma pura a intervenção do Sr. José para me dizer se estas palavras e outras, pontualmente publicadas pelo autor deste diário e não só pelos órgãos de comunicação em geral, não significam colapso do sistema político (ainda no nível amarelo) da África do Sul.

    Não é querer ter razão, até porque em política como na vida, dizia Mário Soares, é proibido ter razão antes da hora. O terreno em que todos nós pisamos é escorregadio para alguém chamar-se a si de sábio.

    Portanto João de Sousa não esconde e remata:

    "Esta greve está a provocar problemas de ordem vária. Há doentes portadores de HIV/SIDA que não recebem o seu tratamento diário. A interrupção dos serviços da Administração Interna está a impedir que as pessoas possam viajar para o exterior, devido à não emissão de passaportes e está a criar problemas a quem tenha de realizar os funerais dos seus familiares, porque não estão a ser emitidas certidões de óbito."

    Agora compare as consequências desta greve com as greve em Moçambique ou em Portugal. O tempo que dura, as vítimas, etc., e diz-me se é a mesma coisa!

    Zicomo

    PS: E o meu sobrinho despachante aduaneiro que conhece mais ou menos a realidade sul-africana avisou: "tio isto está mal".

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  2. Eu não vou perder muito tempo com as interpelações deste Sr. Viriato porque temos visões diferentes e, como já afirmei, não é importante para mim que eu tenha razão, pois eu não sou infalível nem tenho essa pretensão. Deixo de boa vontade esse adjectivo para outras pessoas. O João de Sousa tem uma opinião, válida ou não, e eu também tenho a minha opinião, baseadas nas minhas experiências e vivências. Eu conheço muito bem a cidade de Joanesburgo, referida pelo João de Sousa, e a cidade de Pretória, cidade onde reside o João de Sousa, estou frequentemente nessas cidades. Também acompanho a situação fora das grandes cidades.Não vou comentar mais sobre o colapso da África do Sul enquanto o Sr. Viriato não me explicar exactamente o que classifica de colapso e se usa o mesmo critério e termos de referencia quando se refere a Moçambique e ao Zimbabwe.
    Também acho estranho que o Sr. Viriato tente todos os argumentos para provar o colapso e o caos na África do Sul e nunca me tenha perguntado porque eu não acredito nessa visão, embora concorde que as coisas não estejam bem.
    Para exemplificar o que nos divide, o Sr. Viriato escolheu salientar os diversos e graves problemas causados pela greve, ignorando convenientemente o resto do texto que espelha a realidade desta greve:

    "A Central Sindical aponta o dedo acusador ao Governo, à existência duma elite política corrupta que beneficia de negócios ilicitos para aumentar o seu poder económico em detrimento da resolução dos problemas essenciais dos trabalhadores e considera que não estar a ser observados os principios básicos definidos no Congresso do ANC de Polokwane que em 2007 levou Jacob Zuma ao poder."

    Os sul-africanos vão dizendo estas e outras coisas no exercício democrárito dos seus direitos e liberdades. Esta postura frontal também se observa, por exemplo, em Moçambique e Zimbabwe?

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  3. Que pena nao sermos sul-africanos. Talvez os problemas se resolvessem...

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  4. Caro Sr. José,

    Reconheço que têm alguma razão neste seu comentário: há de facto um impasse!

    Reconhece que há problemas na RAS, mas nega o termo colapso. Houve um avanço. Pelo menos reconhece "coisas" más, atitude que recusava em aceitar em absoluto noutro site.

    Que vacina aplicaria para evitar consequências piores? Doentes de HIV-SIDA correm perigo de vida? E outras pandemias sociais que foram descritas por João de Sousa, o que reserva como antídoto para acabar com essa calamidade?

    Sinceramente não vai querer subestimar o "relato" de João de Sousa face à actual situação da África du Sul só porque o Sr. José têm as suas convicções pessoais e ideias. Não que ele, João de Sousa fosse detentor da verdade, mas porque os anos de serviço ao serviço da informação dá-lhe créditos inquestionáveis.

    E para fugir ao debate (como tem sido hábito) o Sr. José refugia-se sempre no "caso Zimabawe".

    Nunca neguei a crise no Zimbabwe, aliás, o colapso, que deve ser vista de dois lados da moeda. Sugiro-lhe que leia isto:

    FONTE: http://moziepoliticando.blogspot.com/2007/10/outra-vez-o-zimbabwe-e-mugabe.html (21/08/2010).

    Compreendo-lhe.

    Zicomo

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  5. A pergunta que fiz ao Sr. Viriato continua sem resposta e eu preciso dessa resposta para entender a logica do seu argumento.

    Repito: qual o criterio que usou para afirmar que a Africa do Sul esta no colapso e se esse mesmo criterio foi usado para classificar Mocambique e Zimbabwe. Se nao responde a uma pergunta tao simples, eu posso deduzir que apenas esta interessado num futil jogo de palavras para forcar as suas ideias.

    De igual modo, recusa-se a comentar a parte do texto que na minha opiniao e muito importante.
    Recordo:
    "A Central Sindical aponta o dedo acusador ao Governo, à existência duma elite política corrupta que beneficia de negócios ilicitos para aumentar o seu poder económico em detrimento da resolução dos problemas essenciais dos trabalhadores e considera que não estar a ser observados os principios básicos definidos no Congresso do ANC de Polokwane que em 2007 levou Jacob Zuma ao poder."

    Tambem nao me respondeu se encontramos este tipo de
    frontalidade e contestacao em Mocambique e Zimbabwe. Nao acha que era isto que deviamos debater?

    A referencia ao Zimbabwe vem apenas no contexto de que o Sr. Viriato insinuou que os regimes mugabiano e samoriano sao exemplos para a Africa do Sul.

    Eu nao contesto a sua opiniao nem a do Joao de Sousa, cada um tem o direito de pensar e acreditar no que quer acreditar, ninguem e dono da verdade nem infalivel.De igual modo, perante os factos que analiso, eu tambem tenho o direito de manifestar a minha opiniao e a minha opiniao e que paralisia nao significa colapso, colapso e quando o Estado esta ameacado e as instituicoes nao funcionam, esse nao e o caso.

    Esta tarde deambulei por uma cidade nao muito longe de Joanesburgo e vou relatar o que verifiquei "in loco": encontrei Policia, Tribunal, Departamentos municipais,Departamento de Trafico e Licencas, Departamento da Administracao Interna, Bombeiros, todos funcionando normalmente.As Escolas Primarias e Secundarias reabriram hoje, embora nao estejam a funcionar normalmente. Devo acrescentar que todas as Universidades continuam a funcionar normalmente. Passei tambem pelo Hospital local e pareceu-me que funcionava normalmente. Curiosamente nao encontrei nenhum grupo de grevistas ou manifestantes. Amanha estarei em Joanesburgo e no Domingo estarei em Pretoria e acho que vou encontrar o mesmo cenario. Evidentemente que a situacao pode ser diferente em outros locais, por exemplo junto a grandes hospitais ou durante marchas de protesto. Tambem se espera que a situacao piore na proxima semana, mas estamos ca para ver.

    Por favor elucide-me quando e onde eu afirmei que a Africa do Sul nao tem problemas e que esta tudo bem. Nao invente, eu ja o avisei de que detesto ser rotulado. Nao tolero atoardas levianas que nao tenham fundamento.

    Penso que e melhor ficarmos por aqui prque ha o perigo disto se tornar num dialogo de surdos.

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  6. Fala com paixão e assim não vamos longe.

    Como é hábito: falou, ameaçou, fugiu ao debate e pulou.

    Paciência.

    Que termine por aqui o debate.

    Que belo filho da pátria sul africana o José é!!! Até diz "Amanha estarei em Joanesburgo e no Domingo estarei em Pretoria e acho que vou encontrar o mesmo cenario." É profeta???

    Termino por aqui.

    Zicomo

    PS: Que de delete o despacho do grande profissional da RM João de Sousa, pois não condiz com a opinião do Sr. José!!! Ele até fale de anarquia, mas o José vê mel. Gente a morrer e um estado parado. E faz-me perguntas cujas respostas habitam no seu próprio cônscio.

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  7. Perdao, é o proprio governo que considera a situcao de anarquia no relato sim de Joao de Sousa que o Sr. Jose faz questao de ignorar "... Governo considera tratar-se já de uma acção anárquica."

    Zicomo

    Termino por aqui

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  8. Este Viriato e mesmo uma anedota, nao responde as perguntas e inventa.
    Bem, embora nao espere resposta, aqui vao mais perguntas:
    Onde e que eu ameacei? Entao agora tambem tem vocacao de caluniador?

    Onde e que eu vejo mel? Ja estou farto de explicar, a unica coisa que contesto e a classificacao de colapso, as minhas evidencias nao me conduzem a essa conclusao.Mostre-me as suas evidencias!

    Estado parado? Motive a sua opiniao, e evidente que o Estado e as instituicoes continuam funcionando.
    Mostre-me as suas evidencias para rebater e eu mudo de opiniao sem qualquer problema.

    Ainda bem que finalmente reparou que quem falou em anarquia nao foi o Joao de Sousa, o Viriato estava a meter agua a mais. Quem fez essa observacao foi o Governo, mas referindo-se ao comportamento de alguns grevistas,leia bem, nao se menciona o Pais, mas sim os grevistas.

    Sim, conto estar amanha em Joanesburgo e no Domingo em Pretoria, nao sou profeta mas nao espero encontrar anarquia e colapso, como nao encontrei em outros sitios, alias, essa e apenas uma opiniao que nao e compartilhada por ninguem, a nao ser este infalivel!Problemas, sim, estado de colapso e anarquia nao.

    Nao ignorei o texto do Joao de Sousa, bem pelo contrario, mas estou a espera do seu comentario sobre o resto do texto, que acho ser tambem muito importante:

    "A Central Sindical aponta o dedo acusador ao Governo, à existência duma elite política corrupta que beneficia de negócios ilicitos para aumentar o seu poder económico em detrimento da resolução dos problemas essenciais dos trabalhadores e considera que não estar a ser observados os principios básicos definidos no Congresso do ANC de Polokwane que em 2007 levou Jacob Zuma ao poder."

    Acredite que e importante, se nao compreendeu ate agora, esqueca, ja nao vai compreender!

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