A pergunta feita por Mariana Miranda (Por que o cabelo de Michelle Obama é liso?) é, quanto a mim, bem mais importante do que pensamos. Com efeito, uma parte significativa dos nossos códigos cognitivo-linguísticos está socialmente construída no sentido de dotar grupos e situações de características irredutíveis, essencializadas, homogeneizadas, biologizadas. O processo mais corrente assenta no estereótipo. Para não falar agora na catalogação racializante, reparem em expressões deste tipo: o Norte é matrilinear; os Macuas são baixos; os habitantes de Manica são fabricantes de trovoadas; o povo moçambicano é passivo.
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