Sonhadores, os sociólogos sempre procuraram duas coisas: as leis do social e a reforma das sociedades. Cá por mim busco bem pouco: tirar a casca dos fenómenos e tentar perceber a alma dos gomos sociais sem esquecer que o mais difícil é compreender a casca. Aqui encontrareis um pouco de tudo: sociologia (em especial uma sociologia de intervenção rápida), filosofia, dia-a-dia, profundidade, superficialidade, ironia, poesia, fragilidade, força, mito, desnudamento de mitos, emoção e razão.
Outros elos pessoais
28 agosto 2010
3 comentários:
Seja bem-vinda (o) ao blogue "Diário de um sociólogo"! Por favor, sugira outras maneiras de analisar os fenómenos, corrija, dê pistas, indique portais, fontes, autores, etc. Não ofenda, não insulte, não ameace, não seja obsceno, não seja grosseiro, não seja arrogante, abdique dos ataques pessoais, de atentados ao bom nome, do diz-que-diz, de acusações não provadas e de generalizações abusivas, evite a propaganda, a frivolidade e a linguagem panfletária, não se desdobre em pseudónimos, no anonimato protector e provocador, não se apoie nos "perfis indisponíveis", nas perguntas mal-intencionadas, procure absolutamente identificar-se. Recuse o "ouvi dizer que..." ou "consta-me que..."Não serão tolerados comentários do tipo "A roubou o município", "B é corrupto", "O partido A está cheio de malandros", "Esta gente só sabe roubar". Serão rejeitados comentários e textos racistas, sexistas, xenófobos, etnicistas, homófobos e de intolerância religiosa. Será absolutamente recusado todo o tipo de apelos à violência. Quem quiser respostas a comentários ou quem quiser um esclarecimento, deve identificar-se plenamente, caso contrário não responderei nem esclarecerei. Fixe as regras do jogo: se você é livre de escrever o que quiser e quando quiser, eu sou livre de recusar a publicação; e se o comentário for publicado, não significa que estou de acordo com ele. Se estiver insatisfeito, boa ideia é você criar o seu blogue. Democraticamente: muito obrigado pela compreensão.
Como entendido dessa “coisa” de património e sem querer fazer da minha opinião um chamariz ou querer chamar a ela o baluarte da razão como alguns sapiens-sapiens, estranhamente, me apoda, até porque não me esqueci da recomendação que tive dos doutos professores da área do património que longo da “ladeira” formativa na Univiversidade de Évora, advertiram: “Viriato, a razão nunca se encontra, apenas se procura.”
ResponderEliminarSe eu bem entendi, o partido Frelimo pretende alienar o prédio onde funciona o Museu da Revolução (MR) incluindo o próprio Museu. Este problema segundo o Prof. Filipe T. Barata passa-se em todo o mundo. E conclui “o importante é preservar as memórias das comunidades, de preferência em locais apropriados, pelo que os locais concretos não são tão importantes.”
De acordo com o ICOM (Conselho Internacional dos Museus) criado em 1946 reunidos na 20ª Assembleia Geral em Barcelona, na Espanha, 6 de Julho de 2001, Artigo 2: Definição determina: “um Museu pode não estar obrigatoriamente dentro de um edifício ou expor apenas objectos.” Isto significa, na minha franca interpretação, que o conceito de Museu já não é e nem pode ser o mesmo de há 20 anos atrás, em que o Museu era apenas um edifício fixo imutável. Ou seja, se a pretensão da Frelimo é comprar o edifício onde funciona o Museu da Revolução não vejo mal nenhum, porém, qualquer acção que vise alienar ou comprar um espólio ímpar que simboliza a guerra de Libertação Nacional como é o caso do Museu da Revolução é questionável quanto ilegal segundo a especialista Manuela de Deus.
(Continua)
Para Manuela de Deus, se Moçambique é membro do ICOM (Conselho sedeado em Paris e presta consultoria técnica à UNESCO) pode tratar-se de uma situação ilegal, não por se tratar especificamente de um museu mas por ser só por si uma situação ilegal. Como se trata de um museu e da memória colectiva podem-se levantar questões deontológicas ou de ética ainda que possa ser uma situação legal.
ResponderEliminarA documentação existente é bastante ambígua quanto à data de adesão, mas pensa-se que Moçambique seja membro do ICOM desde há duas décadas e é membro da UNESCO desde 1976. Portanto, ainda que a Lei do Património em Moçambique seja omissa a intenção do partido Frelimo (que não tem nada a ver com a sigla “FRELIMO”) de querer comprar o Museu da Revolução torna-se um acto ilegal segundo o código o código Deontológico do ICOM que pode descarregar em http://www.icom-portugal.org/conteudo.aspx?args=57,codigodeontologico,2.
Convém lembrar que o Museu da Revolução não é propriedade de nenhum partido político. O seu dono é o Estado (o povo). A ditadura do voto pode até favorecer o partido Frelimo a comprar o edifício onde funciona o MR, mas não pode se expropriar de um bem precioso que nunca lhes pertenceu.
O que seria sensato acontecer era de se arranjar um outro local adequado ao funcionamento do MR, mas sem nunca pertencer a nenhum partido, pessoa ou organização não fosse seu dono unicamente o Estado Moçambicano.
Esta "promiscuidade" entre Frelimo e Estado é o descredibilizar das instituições judiciais.
Nao comento as declarações do SG da Frelimo simplesmente porque tem dificuldades em separar o Partido Frelimo do Estado Moçambicano. Acontece, porém, que a Frelimo não é nenhum partido MATUSALÉM.
Zicomo
A historia de um partido nao e necessariamente a historia de um pais...
ResponderEliminarSe Paunde o diz, quem somos nos para duvidar dele?!
Mas ha que clarificar as aguas, sim. Se o patrimonio e da FRELIMO, pois entao que fique com ela. Mas que nao se tente por ai abocanhar uma fatia, por infima que seja do OGE, para sustenta-lo, em nome da heranca historica do Pais.
Porque ai, ou comem todos, ou nao se apregoa a moralidade. Explico-me. Podera tambem vir a RENAMO reclamar que Maringue e um museu. E o Maximo Dias proclamar que a ex-Vila Coutinho (Tete) merece ser patrimonio nacional. E ate o MDM podera defender que o ex-campo de reeducao de Metilene seja transformado num roteiro de turismo ideologico...
Como se ve, a lista nao acaba. Cada um, segundo suas conviccoes, Cada local, segundo suas aberracoes.
E fundamentalmente, e preciso clarificar as aguas para se perceber se e intencao da FRELIMO tornar aquele museu numa fonte permanente de rendimentos, impondo a obrigatoriedade aos estudantes das escolas do primario e secundario em visita-lo como parte da nova reforma curricular!
E que nunca se sabe ate onde vao os tentaculos destes nossos lideres. Nebulosas e com eles. Ate parecem astro(logos)nomos de combate.